Human Target, dos Quadrinhos para a TV


No próximo domingo, dia 17 de janeiro, estréia pela Fox americana mais uma tentativa de transformar "Human Target" em uma série de TV. O segundo episódio será exibido na quarta-feira, dia e horário que a série ocupará na grade da TV americana.

Criada para os quadrinhos, a história já foi adaptada nos anos 90 para uma série de TV que teve curta duração estrelada por Ricky Spriengfield. Agora, com Mark Valley, de "Boston Legal/Justiça Sem Limites" e "Fringe", no papel título, a Fox espera acertar o passo.

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A princípio, "Human Target" é uma tentativa da Fox de encontrar um possível substituto para "24 Horas", série que está chegando à sua contagem regressiva, podendo ter ou não uma 9ª temporada, a qual, por sua vez, poderá ser a última.

Essa versão para a TV foi adaptada por Jonathan E. Steinberg, de "Jericho", e traz Christopher Chance (Valley) um agente particular que salva o mundo sempre que contratado. Aparentemente Chance não tem medo de nada visto que em várias ocasiões se coloca propositalmente em situações de risco, provocando a morte sempre que pode. Sua equipe é formada por Guerrero (Jackie Earle Haley), ex-empregado da máfia,  especialista em armas, que vive no limite da legalidade.


Tem ainda Winston, interpretado por Chi McBride, que parece repetir o mesmo tipo de personagem que fez em "Pushing Daisies", ou seja, rabugento, mas sem o tom de humor da série anterior. Winston parece ser o secretário e conselheiro de Chance, que não vai muito com a lata de Guerrero.

Uma versão condensada do piloto foi exibida na sexta-feira, dia 15 de janeiro no Canadá e já caiu na rede. O piloto tem a participação especial de Tricia Helfer, a Número 6 de "Battlestar Galactica", e pontas de Donnelly Rhodes (o Dr. Cottle, de "Battlestar Galactica) e Danny Glover.


O visual da série sugere que as histórias serão desenvolvidas com uma certa profundidade, mas logo ela denuncia seu verdadeiro perfil:  história e situações previsíveis, apresentando um estilo narrativo típico dos anos 80 (que na minha opinião já está, ou deveria estar, ultrapassado), muita ação e heroísmos; com pouca verossimilhança, mas muita superficialidade.

A série é destinada a quem procura ação e entretenimento sem compromisso. A princípio apenas o personagem de Guerrero traz algum conteúdo para ser desenvolvido de forma a transformar a série em um seriado, ou seja, uma história com arco contínuo; algo que daria à produção espaço para aprofundar a trama.


Confira abaixo a abertura da série criada pela Imaginary Forces (responsável pelas aberturas de "Mad Men" e "Chuck"). Tal como o desenho "Archer", lembra as introduções das séries de ação dos anos 60, as quais, por sua vez, foram inspiradas nos filmes de James Bond. A trilha sonora é de Bear McCreary, de "Battlestar Galactica". Veja os cartazes divulgados aqui e aqui e as fotos promocionais aqui. Confira ainda os primeiros 4 minutos do piloto aqui.

 
O Original dos Quadrinhos

Os fãs de "Human Target" versão quadrinhos vão, com certeza, se decepcionar com a série, visto que a produção traz muito pouco da história original publicada pela DC Comics. Na HQ Chance é uma espécie de guarda-costas, que assume a identidade da pessoa que está protegendo, caracterizando-se como ela, o que o leva, com o tempo a criar um conflito de personalidade.

Este tipo de proposta já foi vista na televisão em séries como "Missão: Impossível" nos anos 60, na qual o personagem de Martin Landau, e depois Leonard Nimoy, assumiam a identidade de pessoas existentes na trama de cada episódio, muitas vezes interpretando o original e a cópia; ou Artemus Gordon em "James West". A maioria das séries exploram uma variação desta abordagem, como em "Contrato de Risco/Stingray", nos anos 80 em que o personagem podia assumir uma identidade existente ou criar uma nova; e ainda, mais recentemente em "Dollhouse", na qual a personagem acredita ser a identidade que assumiu.


Mas, a perfeita caracterização do personagem nos quadrinhos sempre que assumia a identidade de seus clientes, obrigaria os produtores da série a substituírem Mark Valley por diferentes atores convidados para cada episódio, o que elevaria o custo de produção. Assim, apenas o nome e a profissão foram adaptados para a TV. Para compensar, Chance se tornou expert em tudo, à lá "The Pretender", série dos anos 90, sendo capaz de falar qualquer idioma, e realizar qualquer ação exigida por episódio, criando uma nova identidade para infiltrar-se nos locais.

"Human Target" surgiu nos quadrinhos em 1953 sob o nome de Fred Venable em uma história da "Detective Comics"; ele retornaria em 1958 com a mesma missão e atitude na revista "Gang Busters" também publicada pela DC Comics.

Sob o nome de Christopher Chance, ele reapareceu em 1972 dentro da linha "Action Comics", com histórias assinadas por Len Wein e Carmine Infantino. "Human Target" ganhou sua própria publicação em 1991, incorporando os amigos de Chance criados para a primeira série de TV, que seria lançada em 1992. No original dos quadrinhos, Chance trabalha sozinho. Nas duas produções feitas para a TV, o personagem ganha a ajuda de diferentes parceiros, criados especialmente para cada série.


A Primeira Versão para a TV

Adaptado para TV por Danny Bilson e Paul DeMeo, "Human Target" teve 7 episódios produzidos em 1990 mas que só foram exibidos em 1992 pela rede ABC para preencher espaços vazios na programação durante as Olimpíadas. Estrelada por Ricky Springfield como Christopher Chance, a série ainda tinha em seu elenco principal os atores Kirk Baltz, Sami Chester e Signy Coleman.

Nesta adaptação Chance é um veterano do Vietnã que se transforma em investigador particular e guarda-costas; ele cobra 10% do salário anual de seus clientes para protegê-los. Em sua equipe temos Philo Marsden, um gênio dos computadores, que criava as máscaras com as quais Chance assumia a identidade de seus clientes; Jeff Carlyle, chofer, piloto e cozinheiro; e Lily Page, ex-agente da CIA que o auxilia em suas missões de campo.

Confira abaixo os 5 primeiros minutos da primeira versão de "Human Target" para a TV:

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