Relembrando Os Intocáveies
Anos 30. Chicago. A máfia domina o crime organizado, contrabandeando bebidas durante a Lei Seca, cometendo assassinatos e subornando a justiça. Seu maior representante, Al Capone. Maior oponente, Eliot Ness e sua equipe de incorruptíveis agentes federais, conhecidos como Os Intocáveis/The Untouchables. Esse era o tema da série policial que estreou há exatos 50 anos na ABC. A produção teve como base o livro de memórias The Untouchables, escrito pelo própio agente Eliot Ness, com o escritor Oscar Fraley, e publicado em 1957, um mês após Ness falecer de um ataque cardíaco.
Robert Stack e o verdadeiro Eliot Ness
Neville Brand e o verdadeiro Capone
Elenco do piloto
Apesar do sucesso, Os Intocáveis era considerada muito violenta, especialmente por pais preocupados, e atraiu a crítica de imigrantes italianos, que não ficaram contentes com a imagem negativa dos italianos, sempre apresentados como criminosos. A insatisfação levou a processos contra o estúdio, incluindo uma ação movida pela viúva de Capone. Até mesmo o FBI ficou contrariado, pois a série estava atribuindo aos intocáveis vitórias que na verdade tinham sido conquistadas pelo FBI. Para tranquilizá-los, personagens foram introduzidos, em uma tentativa de retratar os fatos de forma mais precisa.O diretor Walter Grauman resumiu o conceito como “um drama de ficção com a autenticidade de documentário”. De fato, os episódios começavam com uma narração feita por Walter Winchell, relatando os casos de Eliot Ness, que foram além dos anos 30 e da prisão de Capone em 1932. Quando não estavam atrás do chefão da máfia, os intocáveis enfrentavam Ma Barker, Bugs Moran (cuja gangue sofreu baixas no notório Massacre de São Valentin) e até mesmo nazistas. Atores talentosos como Robert Redford, Telly Savalas, Lloyd Nolan e Peter Falk davam vida à serie com seus retratos dos vilões. O realismo também era alcançado com a cuidadosa recriação da época. O automóveis eram peças de colecionador, o que tornava a manutenção muito cara, pois qualquer peça substituída tinha de ser original.
Em 1961, a insatisfação da comunidade italiana ainda não cessara. O líder estivador “Tough” Tony Anastasia conseguiu afastar o patrocinador Liggett-Meyers, ameaçando deixar sua carga de cigarros parada nas docas. A Desilu e a ABC então se reuniram com o diretor da Italian-American League to Combat Defamation e concordaram em não usar mais sobrenomes italianos nos criminosos fictícios. Além disso, o personagem de Nick Rossi passou a ter mais destaque para mostrar a influência positiva dos italianos no combate ao crime e na cultura americana. Enquanto os imigrantes decentes mostravam seu descontentamento, os que de fato pertenciam ao submundo contatavam a produção e até mesmo os atores com sugestões baseadas em seus próprios crimes.
Na quarta temporada, as controvérsias começavam a transformar a série em um incômodo para a rede. Desi Arnaz, diretor da Deisilu, precisou fazer uma oferta melhor a Robert Stack para convencê-lo a continuar na série, pois ele havia decidido abandonar Ness. Os insistentes protestos levaram à redução da violência e à transformação de Ness em um personagem mais humano. Com o fim de suas características básicas e a mudança de horário, a audiência caiu e Os Intocáveis encerraram suas operações em maio de 1963.
A série já teve as duas primeiras temporadas lançadas em DVD no Brasil: 1ª T vol.1; 1ª T vol.2; 2ª T vol.1; 2ª T vol.2.
Cliquem nas fotos para ampliar e ver Eliot Ness em ação.
Comentários
Acho que estes textos merecem uma Seção do tipo “Relembrando” só pra eles :)
Grato