Falecimentos

A foto da esquerda foi divulgada no site CineTVNews, mantido por Carlos Amorin, antigo colaborador da revista TV Séries, na época em que era publicada. A foto da direita foi publicada na Revista Intervalo dos anos 60

Wilson Ribeiro (-2010)

O ator e dublador faleceu no dia 4 de fevereiro em São Paulo. Nenhuma informação foi disponibilizada em relação à idade ou causa morte. Ribeiro afastou-se da profissão de dublador por volta dos anos 70.

Trecho de "Cidade Nua", na qual Wilson Ribeiro dublava o 
detetive Adan Flint interpretado pelo também já falecido Paul Burke

Desenho "Olho Vivo e Farofino", no qual Wilson dublou a voz do ratinho

Entre os trabalhos de dublagem de Ribeiro estão o detetive Adam Flint em "Cidade Nua", Chip Morton em "Viagem ao Fundo do Mar", Napoleão Solo em "O Agente da UNCLE", Scott Lancer em "Lancer", Elliot Ness em "Os Intocáveis" (primeira duglagem), James Drury em "O Homem de Virgínia", "Steven Hill em "Missão: Impossível" (anos 60), Manolito em "Chaparral" (1ª dublagem),  Farofino, do desenho animado "Olho Vivo e Farofino", Gazoo em "Os Flintstones",  a primeira voz do xerife Dingue Lingue em "Joca e Dingue Lingue", Mosquito em "Mosquete, Mosquito e Moscado", a 1ª voz do professor Conroy em "Frankenstein Jr", entre muitos outros.

John McCallum e esposa em 2009

John McCallum (1918-2010)

Ator, roteirista, diretor e produtor, ficou conhecido como o criador da série australiana "Skippy, o Canguru". McCallum faleceu no dia 3 de fevereiro aos 91 anos de idade.

Nascido em 14 de março de 1918 na Austrália, filho de um músico e proprietário do Cremone Theater em Brisbane, e de uma atriz, John estudou arte dramática no Royal Academy of Dramatic Art em Londres, Inglaterra.

Iniciou carreira no teatro Inglês tendo participado de festivais e várias montagens importantes da década de 30 e 40. Durante a 2ª Guerra Mundial, voltou para a Austrália para unir-se ao exército australiano, tendo sido enviado para a Nova Guinea.

John McCallum e esposa nos anos 40

Após a guerra, John retornou à Austrália onde uniu-se à companhia teatral  JC Williamson, uma das mais importantes do meio teatral na época. Lá, iniciou carreira como diretor teatral, além de ator e produtor. Nesta época John dividiu-se entre trabalhos na Austrália e na Inglaterra, onde conhceu a atriz Googie Withers (Georgette Lizeth Withers) com quem trabalhou em vários filmes. Os dois se casaram em 1948 e tiveram 3 filhos, a atriz Joanna McCallun, o designer de interiores Nicholas McCallum e Amanda McCallum.

Em 1966 começou a dirigir e produzir filmes para o cinema e programas para a televisão. Entre seus trabalhos estão "Attack Force Z", com Mel Gibson, e "The Highest Honour".

Nesse mesmo ano, McCallum criou, dirigiu e co-produziu a série "Skippy - O Canguru", uma das mais famosas produções infantis australianas, que percorreu o mundo transformando-se em um ícone da televisão desse país. Foram produzidos 91 episódios exibidos em 128 países (estimativa aproximada), incluindo o Brasil. Um dos poucos países onde a série não foi exibida é a Suíça que se recusou a comprar o programa por este exibir cenas mostrando o canguru realizando proezas que um animal como ele jamais faria, como por exemplo, tocar piano.

Cena de "Skippy, o Canguru"

Criada com base em idéia proposta pelo co-produtor, Lee Robinson, a série "Skippy The Bush Kangaroo" teria se chamado "Hoppy" se dependesse de McCallon, mas Robinson achou que o nome Skippy seria mais fácil para que as crianças se acostumassem a pronunciá-lo. Produzido com um orçamento de 5 mil dólares para a Nine Network, o piloto conquistou rapidamente o público infantil da época.

Interpretado por três cangurus, Jo-Jo, Stumpy e Wildy, a série ganhou uma versão para o cinema em 1969, com o título de "Skippy and the Intruders". Em 1992 um novo filme foi produzido com o título de "The Adventure of Skippy". McCallum também produziu outras séries australianas menos conhecidas no Brasil.

Em 1971, McCallum recebeu a medalha de Ordem do Império Britânico por sua contribuição às artes na Austrália. Em 1992, foi nomeado oficial da Ordem da Austrália, por sua contribuição ao teatro australiano. McCallum e sua esposa aposentaram-se em 2002.


Aaron Ruben (1914-2010)

Roteirista, diretor e produtor, Ruben faleceu no dia 30 de janeiro aos 95 anos de idade, vítima de complicações causadas pela pneumonia.

Nascido em 1º de março de 1914, em Chicago, Ruben era descendente de judeus poloneses. Iniciou sua carreira no teatro e, após servir na 2ª Guerra Mundial, foi trabalhar como roteirista de comédias radiofônicas. Chegou à televisão nos anos 50, escrevendo para os programas de variedades apresentados por Milton Berle e Sid Caesar. Foi co-autor e co-produtor do filme "The Comic", de 1969, de Carl Reiner com Dick Van Dyke.

Entrevista com Aaron Ruben para o Archive of American Television. 
Primeira parte de um total de 10 que pode ser conferida aqui

Aaron produtor da série "O Show de Andy Griffith", um dos clássicos dos anos 60, que lançou a carreira de ator do agora diretor Ron Howard. Também produziu e escreveu roteiros para as séries "Gomer Pyle", "Sanford and Son", com a qual foi indicada ao prêmio Emmy.

Nos últimos anos, Ruben trabalhou como voluntário em prol de crianças abandonadas, recebendo um prêmio em 2003 concedido pelo Sindicato dos Roteiristas por sua contribuição à comunidade carente. Ruben foi casado duas vezes, sendo a segunda com a atriz Maureen Arthur, e teve dois filhos.


Barry E. Blitzer (1929-2010)

O roteirista que trabalhou com séries nos anos 60 e 70 faleceu no dia 27 de janeiro aos 80 anos de idade vítima de complicações após uma cirurgia abdominal.

Nascido em 29 de abril de 1929, em Nova Iorque, Barry formou-se em jornalismo pela Universidade da Georgia. Depois de servir o exército durante a guerra da Coréia, ele retornou à sua cidade natal onde em 1955, iniciou sua carreira de roteirista na sitcom "The Phill Silvers Show". No ano seguinte, Blitzer recebeu o prêmio Emmy por este trabalho.

Após o cancelamento da série em 1956, passou a escrever vários roteiros para séries como "A Marinha de McHale/McHale Navy", "O Show de Andy Griffith", "Agente 86/Get Smart", "Gommer Pyle", "Descalços no Parque", "O Elo Perdido", "O Barco do Amor", "Um é Pouco, Dois é Bom, Três é Demais", "Super Vicki", entre outros. Blitzer também escreveu para programas de variedades como "The Jonathan Winters Show" e "The Carol Burnett Show".

Os roteiristas Ray Benner e Barry E. Blitzer nos anos 60

Em 1963, Blitzer começou a escrever para os estúdios da Hanna-Barbera, tendo assinado vários roteiros para séries animadas como "Os Flitnstones", "Os Jetsons", "Manda-Chuva", "Goober e os Caçadores de Fantasmas", "Família Dó-Ré-Mi 2020" e "Tom e Jerry". Membro do Sindicato dos Roteiristas Americanos desde 1961, Blitzer lutou durante anos pela igualdade de direitos entre roteiristas de séries de animação e roteiristas de filmes e séries estreladas por atores.

Em 1973, Blitzer casou-se com Elsie, com quem teve uma filha, Amy Blitzer. Em 1977 criou seu próprio negócio, uma empresa a Yenta Blitzer's Jewish Misfortune Cookies, com a qual escrevia mensagens cômicas que eram distribuidas em biscoitos da sorte; entre elas: "Nunca tema o sucesso, você jamais o terá", ou "Se você é um estrangeiro, cuidado, será deportado".

Blitzer parou de escrever para a televisão no início dos anos 90, quando começou a assinar a coluna Pop Kulture do jornal comunitário Palisadian Post em 1993, para o qual também foi crítico de teatro, bem como escreveu textos de diários de viagens.

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