Miami Vice


Uma das séries de maior influência na cultura dos anos 80 foi sem dúvida Miami Vice, drama policial criado por Anthony Yerkovich em 1984 sobre a luta contra o tráfico de drogas na Flórida. Por trás do visual inovador presente no estilo de vestir, na música instrumental, no Art Deco e nas máquinas superquentes pilotadas pelos poderosos de Miami estava o verdadeiro responsável pelo sucesso da nova série, o produtor Michael Mann.


Comparadas a Miami Vice, as séries policiais até aquele momento pareciam antiquadas. Em ritmo de MTV, as sequências lembravam vídeo clipes, com imagens rápidas, acompanhadas por sucessos contemporâneos de grandes nomes da música, como Tina Turner, Phill Collins, Peter Gabriel, U2, Iron Maiden, The Police e Sheena Easton. Cada música completava o perfil dos personagens. O ritmado tema de abertura e a trilha foram compostos por Jan Hammer. Ele compunha a partir de anotações feitas enquanto assistia a uma cópia do episódio, que lhe era enviada em Nova Iorque. Para ele, cada episódio era como se fosse um filme de uma hora. Em contrapartida, a sedução da musica era permeada pela decadência moral do submundo.

À frente do time de combate ao vício estavam os detetives Sonny Crocket (Don Johnson) e Ricardo Tubbs (Philip Michael Thomas). Eles também eram diferentes dos típicos policiais vistos antes, pois suas estórias não se concentravam em resolver casos, como acontecia em séries como Columbo, e sim nos dilemas éticos que os casos apresentavam. Eles viviam no submundo, conheciam sua linguagem e suas práticas, por isso precisavam resistir à tentação de agir como os senhores das drogas.


Como parte de seu disfarce, Crockett dirigia uma Ferrari e morava em um barco. Seu estilo era próprio: calçava mocassins e sapatilhas sem meias, vestia blazers italianos com camisetas e calças de linho sem cinto. Tudo em tom pastel. Os trajes eram desenhados por famosos estilistas, como Vittorio Ricci, Gianni Versace e Hugo Boss. O rosto com barba por fazer e os óculos escuros completavam o visual que virou moda. A famosa loja Macy’s, por exemplo, abriu um departamento dedicado a Miami Vice.


Don Johnson, até então pouco conhecido, tornou-se uma sensação. Mas quase não ficou com o papel, porque alguns executivos do estúdio tinham medo de contratar um ator de reputação um tanto duvidosa e que já havia participado de pilotos mal-sucedidos. Ele então fez um teste com Phillip Michael Thomas e a NBC percebeu de imediato que Yerkovich estava certo ao escolher Johnson para o papel de Crockett.


Sobre esse encontro, Thomas declarou: “Eu já estava saindo, quando alguém me chamou e pediu para eu ler com o Don. Perguntaram se nós precisávamos de um tempinho para estudar o diálogo, mas decidimos encarar. Nos olhamos e foi amizade instantânea. Simplesmente deu certo. Depois, eu não tinha nenhuma dúvida de que nós seríamos os caras escolhidos. Nós arrasamos! Ele é sagitário e eu sou de gêmeos (fogo e ar). Nossa química juntos foi imediata.”


O parceiro Ricardo “Rico” Tubbs tinha vindo de Nova Iorque em busca do traficante Orlando Calderone, que matara seu irmão. Com histórico e métodos distintos, os dois parecem trabalhar em lados opostos no começo. Orbitando em torno dos dois astros havia Gregory Sierra no papel do tenente Lou Rodriguez, substituído por Edward James Olmos, que assumiu o cargo interpretando o rígido e taciturno tenente Martin Castillo no sexto episódio. O reforço era oferecido pelos colegas Stan Switek (Michael Talbott), Larry Zito (John Diehl), Trudy Joplin (Olivia Brown) e Gina Navarro (Saundra Santiago). Ocasionalmente, a ex mulher de Crockett, Caroline (Belinda Montgomery), fazia uma visita.


Foto 1: elenco com Gregory Sierra e Belinga Montgomery
Foto 2: elenco com Edward James Olmos



Olmos, Olivia Brown e Saundra Santiago


John Diehl e Michael Talbott

O sucesso da série se refletiu em diversas premiações e inúmeras indicações, além de ter um impacto em Miami, ao estimular a revitalização de muitas áreas da cidade. O último episódio apresentado pela NBC foi ar em janeiro de 1990.

A seguir, uma agenda publicada na revista Movie Mirror em março de 1986 e o vídeo com o tema de abertura. Clique nas imagens para ampliar.








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