Larry Gelbart (1928-2009)

O roteirista americano com mais de 60 anos de carreira, responsável pela série "M*A*S*H", ícone da década de 70, faleceu esta manhã aos 81 anos de idade. Gelbart sofria de câncer, diagnosticado no último mês de junho.

Nascido em 25 de fevereiro de 1928, em Chicago, filho de imigrantes europeus de origem judáica, Gelbart só falava Yiddish até os 4 anos de idade. Sonhando em ser músico, estudou clarineta por 10 anos. Em 1942 a família mudou-se para Los Angeles onde seu pai, um barbeiro, conquistou uma clientela composta por atores e agentes. Em 1944, aos 16 anos, ainda como estudante, Gelbart começou a escrever roteiros para o programa de rádio "Maxwell House Coffee Time", apresentado pela comediante Fanny Brice e que tinha no elenco Danny Thomas, um dos clientes de seu pai.

Aos 18 anos foi convocado para o serviço militar. Mas ao invés de servir como soldado, ele foi designado para o Armed Forces Radio Service, onde continuou a escrever roteiros para programas humorísticos com o objetivo de entreter as tropas americanas e aliadas durante a 2ª Guerra Mundial.

Junto com a trupe de artistas comandada por Bob Hope, Gelbart viajou várias vezes com o objetivo de entreter as tropas americanas. Hope levou o jovem roteirista para a televisão onde Gelbart escreveu esquetes humorísticas para seu programa de variedades, além do programa de Red Buttons. Em 1955, ele entrou para a equipe de roteiristas do programa de Sid Caesar "Caesar´s Hour", onde uniu-se à Neil Simon, Carl Reiner e Mel Brooks.

Gelbart logo se tornou inestimável para os humoristas da época. Tentando recuperá-lo para seu programa, Bob Hope chegou a contactar Sid Caesar oferecendo-lhe dois barris de petróleo pela devolução de Gelbart. Nesta época, o roteirista foi indicado três vezes ao Emmy. Seu trabalho na TV o estimulou a buscar o teatro. Gelbart foi para a Broadway em 1961 quando escreveu o musical "The Conquering Hero", sem muito sucesso. No ano seguinte conquistou público e crítica ao escrever "A Funny Thing Happened on the Way to the Forum", em parceria com Burt Shevelove, com música de Stephen Sondheim.

Outros musicais e peças se seguiram bem como roteiros para o cinema. Em 1977 foi indicado ao Oscar pelo filme "O God!", estrelado por George Burns e John Denver; e em 1982 foi indicado novamente pelo filme "Tootsie", que ele co-escreveu junto com Murray Schisgal e Don McGuire.

Mas o trabalho que irá entrar para a história é sem dúvida a série "M*A*S*H". Adaptada do filme que foi adaptado de um livro, a trama girava em torno de uma unidade médica móvel durante a guerra da Coréia. Iniciada como sitcom, a produção se transformou em dramédia no final da década de 70.

Convidado por Gene Reynolds para escrever o episódio piloto, Gelbart se tornou consultor de roteiros e produtor da série junto com Reynolds. Em entrevistas, Gelbart revelou que o tema musical do filme traduzia o significado da história para ele: "Suicide is Painless", de Johnny Mandel e Mike Altman. Ele desenvolveu a série a partir da música e não do filme.

"M*A*S*H" foi produzida por 11 anos e seu último episódio ainda carrega o recorde da maior audiência da televisão americana com mais de 100 milhões de telespectadores. No entanto, Gelbart deixou a série em 1976, após quatro anos e 97 episódios, acreditando ter dado à produção tudo o que podia.

Casado com a atriz e cantora da Broadway Patricia Marshall, Gelbart teve dois filhos, Adam e Becky.

Em 1998 ele publicou sua autobiografia, "Laughing Matters: On Writing M*A*S*H*, Tootsie, Oh, God! and a Few Other Funny Thins". Em 2008 um site da Internet divulgou a falsa notícia de que o roteirista tinha sofrido um derrame e estava gravemente doente. Mais tarde, ao falar sobre o assunto, Gelbart brincou: "eu estava morto, mas estou bem agora".

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