Dois Novos Cartazes de 24 Horas que Agora Enfrenta a Audiência
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"24 Horas" está fora da grade americana e longe dos olhos do público há aproximadamente 1 ano e meio em função da greve dos roteiristas. Neste meio tempo, a audiência média de uma série comum está sendo mantida em torno de 10 milhões de telespectadores, acarretando que uma produção de ação e aventura como "24 Horas" seja obrigada a se manter nesse patamar.
Ao estrear em 2001, a primeira temporada conquistou 8.60 milhões de telespectadores e a crítica, garantindo sua renovação para uma nova temporada. Esta elevou sua audiência para 11.73 milhões de telespectadores, seguindo de uma audiência de 10.30 para a terceira, 11. 90 para a quarta, 13.78 para a quinta e 13 milhões para a sexta temporada.

Resta saber se Jack conseguirá manter a média de 13 milhões de telespectadores ao longo de sua sétima temporada que estréia no dia 11 de janeiro nos EUA, visto ser esta a marca conquistada em sua última temporada. A produção terá que ficar no mínimo com a média de 10 milhões, ou terá o mesmo destino que "Prison Break", série que surgiu na esteira de "24 Horas", que vem amargando uma média de 5 milhões de telespectadores, tendo estreado em 2005 com 12.1 milhões.
Se Jack fez fama seguindo o padrão pelo qual ficou marcada a administração Bush: tortura e terrorismo, agora ele precisará se adequar rapidamente à mentalidade social que irá surgir com a administração do Democrata Barak Obama que toma posse em janeiro, mês do retorno de Jack à TV em episódios semanais.
No Brasil, a Fox ainda não divulgou a data para exibir o telefilme, mas o DVD chega para locação no dia 7 de janeiro de 2009.
Comentários
O fã de 24 Horas não vai mudar só porque mudou o presidente dos EUA, e vai continuar esperando um Jack Bauer atuante e sem frescuras. Não interessa a ninguém ver um personagem como Bauer ajudando criancinhas na Africa. Isso aí pode até ser assunto para outros seriados "sensíveis" e femininos, mas nunca para 24. Se o show resolver seguir para esse lado, o mais provavel é que irá afundar na audiencia. Com ou sem Obama. Tomara que os produtores nao embarquem nessa.
Mentalidades e comportamentos sociais mudam conforme as décadas passam e conforme muda-se politicamente o governo. Basta ver os tipos de produções que eram feitas no governo Reagan,as que passaram a ser feitas no governo Clinton e depois passaram a ser feitas no governo Bush, você verá as mudanças.
Séries de ação sempre terão espaço na TV (não importa se o público que assiste é mais homem ou mais mulher, um olhar preconceituoso diga-se de passagem).
O filme que precede a sétima temporada, com Jack salvando crianças na África, já reflete uma mudança do próprio personagem e de seu período de produção. Lembrando que Jack já está na ativa há quase uma década e tem garantida a produção da oitava temporada.
O problema é que essas "causas sociais" costumam agradar mais a artistas, jornalistas e formadores de opiniao, mas nao agradam necessariamente ao público. Um exemplo: enquanto jornalistas querem bandidos respondendo por seus crimes na Justiça (e aparecem com aquele papo politicamente-correto na linha de "o heroi vai ficar igual ao vilão se matar"), o público quer ver mais é o bandido apanhar e ser fuzilado sem dó nem piedade, sem chances de escapar pelas brechas da justiça. Basta ver que, mesmo com anos de Lulla, o brasileiro adorou ver Tropa de Elite, praticamente o primeiro filme brasileiro onde bandido finalmente não é endeusado hipocritamente como "vítima da sociedade cruel, tadinho dele".
Vamos ver se o publico muda MESMO sua opiniao em entretenimento só por causa da eleição de um novo presidente americano... O Nielsen nao falha. :-)
A televisão muda, década a década, é necessário para manter o interesse do público para o veículo. Basta olhar as mudanças que sofreu em relação à aobrdagens desde dos anos 40.
Mesmo as séries que duram anos, ultrapassam décadas, mantendo a mesma estrutura, tem como base fatores internos humanos em relação aos fatores externos sócio-político-cultural.
A TV está passando, neste momento, por uma transformação, seja pelos aspectos políticos (a globalização e a economia), seja por aspectos técnicos, seja por abordagem de roteiros que depende das duas alternativas anteriores e que resume o assunto sobre o que estamos falando.
Se depender da massa, a sociedade não muda, porque a massa é estagnada, se apega ao que conhece; as mudanças de uma cultura dependem de segmentos que fazem o movimento de buscar a diferença do que está sendo feito e, por isso, raramente é bem visto ou aceito quando surge. O que acarreta em uma mudança lenta. Mas ela ocorre.
Acho que 24 Horas ainda tem gás para durar mais algumas temporadas (se eles assim o desejarem), mas terão que se adaptar às questões políticas de seu período de produção, já que a série trata disso, independentemente da abordagem que desejarem dar.