A Lucy Chegou!
Quem é fã de séries de TV ou tem interesse pela história do formato com certeza já ouviu falar da série "I Love Lucy", sitcom produzida nos anos 50 que estabeleceu os critérios de produção desse gênero os quais são utilizados até os dias de hoje. Foi esta produção, por exemplo, que trouxe a presença do público para dentro de um estúdio. Até então, as produções de comédias eram divididas (como até hoje são) entre aquelas filmadas em estúdio seguindo a linha cinema, e aquelas filmadas com a presença de um público, seguindo a linha teatro. A diferença antes de "I Love Lucy", é que as produções filmadas com público eram feitas, de fato, em um teatro. Como costumavam ser feitos com os programas de rádio com auditório.
O teatro limitava a ação dos personagens e os movimentos de câmera, não apenas pelo espaço pequeno do palco, mas, também, em função da iluminação, que permitia a visualização de sombras do equipamento técnico, ou mantinha o rosto de atores parcialmente no escuro. A partir do momento que as séries eram filmadas em estúdio, esse problema era eliminado.
Mas, contudo, não poderia ter um público presente, pois este não suportaria as horas gastas nos ajustes de luz entre cenas, além é claro, da falta de espaço adequado no local. Tentando unir os dois, a produção da série contratou Karl Freund, cinegrafista do expressionismo alemão, que trabalhara com Fritz Lang no filme "Metrópolis", entre outros. Freund criou um mapa de luz para permitir que o estúdio fosse iluminado por igual, eliminando assim, a necessidade de se parar entre uma cena e outra; permitindo que todos os atores ficassem na luz e evitando sombras dos equipamentos.
Freund permaneceu junto à produção da série durante todos os 6 anos em que ela foi filmada. Da sétima à nona temporada já não são mais "I Love Lucy", embora os personagens de Lucy e Ricky sejam os protagonistas. Mas a produção mudou de rumo e de título, "The Lucy and Desi Comedy Hour", e mostra o casal viajando pelos EUA.
Foi graças a isso que o desejo de Lucille Ball e seu marido Desi Arnaz foi realizado: o de filmar a série perante um público, dentro de um estúdio capaz de oferecer espaço e equipamentos melhores. Filmado em película (não foi a primeira a fazer isso), a série garantiu tecnicamente sua longa existência. Artisticamente a série ainda contribuiu com a construção de personagens que seriam reproduzidos, adaptados ou serviriam de base para as séries de TV no futuro, em especial as comédias, e em especial as personagens femininas, que estavam surgindo como protagonistas nesse gênero, considerado seu reduto.
Antes de Lucy as mulheres das comédias dividiam-se entre a esposa obediente e carinhosa, ou a esposa desastrada e de "raciocínio limitado". Pelo menos é essa a informação que se tem junto a historiadores, já que a grande maioria das produções que surgiram entre 1945 e 1951 era ao vivo e poucas foram filmadas em 16mm como registro.
Lucy é uma esposa americana de um músico cubano, Ricky, que tem como melhor amiga a senhoria do prédio em que mora, Ehtel, a qual, por sua vez, é casada com um homem muito mais velho que ela, Fred. Ambos são ex-artistas do teatro de revista e hoje vivem suas aposentadorias cuidando de um prédio em Nova York. As melhores amigas são o centro das atenções da série. Ricky e Fred são os maridos tradicionais, cada um à seu modo. Ele é o típico latino da época, que acredita que lugar da esposa é em casa, fazendo comida e recebendo o marido com um sorriso no rosto. Fred pensa da mesma forma, mas não consegue que Ethel concorde com ele, embora ela faça o papel de dona-de-casa.
Ambiciosa e insatisfeita, Lucy representava as milhares de jovens mulheres que casaram cedo, sem nenhuma noção da vida a dois, e tinham no marido um guia de comportamento. Muitas atitudes de Lucy revelam uma criança que não aceita um não como resposta aos seus desejos, mas também uma mulher que não deseja passar a vida exclusivamente como esposa. Já Ethel é a mulher tradicional, que acomodou-se à sua época e vê em Lucy a oportunidade de transgredir padrões. Essas duas personagens criaram base para as personagens femininas que estavam surgindo na televisão.
Com essa estrutura a série explorou ao longo de seus anos o papel da mulher na sociedade da época, regado a muito humor, especialmente o da comédia física. Lucille Ball, atriz de segunda categoria do cinema, e estrela de rádio, sempre desejou ser comediante. Perseguiu Buster Keaton durante meses, até que o convenceu a lhe dar aulas. Assim, quando surgiu a oportunidade de transferir para a TV sua série radiofônica, "My Favorite Husband", Lucy fez tudo para substituir o ator que interpretava seu marido no rádio, por seu marido na vida real. Esta era uma oportunidade dos dois trabalharem juntos e, assim, salvar seu casamento, que sofria com a separação já que Desi vivia viajando com sua banda, apresentando-se em casas noturnas em diferentes cidades.
Para convencer a CBS a contratar seu marido (o estúdio achava que o povo americano não aceitaria uma americana casada com um cubano mesmo que fosse verdade), ela e Desi montaram um show com esquetes cômicas. Apresentaram-se em casas noturnas conquistando o apoio da crítica. No episódio piloto não exibido na TV na época mas disponibilizado em DVD, podemos ver uma das esquetes apresentadas no show. É quando Lucy participa do show do marido. Aliás este era o grande objetivo da personagem: se colocar em pé de igualdade à Ricky, artista relativamente famoso.
O Box da 1ª temporada da série traz 35 episódios entre eles os clássicos do balé e do comercial de televisão, o qual é praticamente o símbolo da série. Tanto os personagens quanto os episódios ainda são utilizados por roteiristas como base de criação (ou cópia) até os dias de hoje. Se você acha que seus personagens ou situações de sua comédia favorita são originais: assista à "I Love Lucy".
A importância desta série vai além da simples diversão de rever ou conhecer "I Love Lucy". Ela é um patrimônio histórico dos seriados de TV americanos. Se você é fã de séries como "The Nanny" e "The New Adventures of Old Christine", que seguem a mesma linha cômica da produção clássica, irá, com certeza, amar Lucy!
"I Love Lucy"
Estúdio: Paramount
Tempo: 924 min
Cor: p/b
Ano de Lançamento: 2009
Região do DVD: Região 4
Áudio: inglês e português
Legendas: português
Sistema de som: Dolby Digital 2.0
Formato de tela: tela cheia 4x3
Nº de Discos: 7
Embalagem: Embalagem um amaray quádruplo e um amaray triplo impressa em português envolta em luva de papelão
Extras: Cenas que não deram certo, abertura original, montagem especial, Lucy no rádio, slide show, fotos dos bastidores.
Preço de Lançamento: R$129,90
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O teatro limitava a ação dos personagens e os movimentos de câmera, não apenas pelo espaço pequeno do palco, mas, também, em função da iluminação, que permitia a visualização de sombras do equipamento técnico, ou mantinha o rosto de atores parcialmente no escuro. A partir do momento que as séries eram filmadas em estúdio, esse problema era eliminado.
Mas, contudo, não poderia ter um público presente, pois este não suportaria as horas gastas nos ajustes de luz entre cenas, além é claro, da falta de espaço adequado no local. Tentando unir os dois, a produção da série contratou Karl Freund, cinegrafista do expressionismo alemão, que trabalhara com Fritz Lang no filme "Metrópolis", entre outros. Freund criou um mapa de luz para permitir que o estúdio fosse iluminado por igual, eliminando assim, a necessidade de se parar entre uma cena e outra; permitindo que todos os atores ficassem na luz e evitando sombras dos equipamentos.
Freund permaneceu junto à produção da série durante todos os 6 anos em que ela foi filmada. Da sétima à nona temporada já não são mais "I Love Lucy", embora os personagens de Lucy e Ricky sejam os protagonistas. Mas a produção mudou de rumo e de título, "The Lucy and Desi Comedy Hour", e mostra o casal viajando pelos EUA.
Foi graças a isso que o desejo de Lucille Ball e seu marido Desi Arnaz foi realizado: o de filmar a série perante um público, dentro de um estúdio capaz de oferecer espaço e equipamentos melhores. Filmado em película (não foi a primeira a fazer isso), a série garantiu tecnicamente sua longa existência. Artisticamente a série ainda contribuiu com a construção de personagens que seriam reproduzidos, adaptados ou serviriam de base para as séries de TV no futuro, em especial as comédias, e em especial as personagens femininas, que estavam surgindo como protagonistas nesse gênero, considerado seu reduto.
Antes de Lucy as mulheres das comédias dividiam-se entre a esposa obediente e carinhosa, ou a esposa desastrada e de "raciocínio limitado". Pelo menos é essa a informação que se tem junto a historiadores, já que a grande maioria das produções que surgiram entre 1945 e 1951 era ao vivo e poucas foram filmadas em 16mm como registro.
Lucy é uma esposa americana de um músico cubano, Ricky, que tem como melhor amiga a senhoria do prédio em que mora, Ehtel, a qual, por sua vez, é casada com um homem muito mais velho que ela, Fred. Ambos são ex-artistas do teatro de revista e hoje vivem suas aposentadorias cuidando de um prédio em Nova York. As melhores amigas são o centro das atenções da série. Ricky e Fred são os maridos tradicionais, cada um à seu modo. Ele é o típico latino da época, que acredita que lugar da esposa é em casa, fazendo comida e recebendo o marido com um sorriso no rosto. Fred pensa da mesma forma, mas não consegue que Ethel concorde com ele, embora ela faça o papel de dona-de-casa.
Ambiciosa e insatisfeita, Lucy representava as milhares de jovens mulheres que casaram cedo, sem nenhuma noção da vida a dois, e tinham no marido um guia de comportamento. Muitas atitudes de Lucy revelam uma criança que não aceita um não como resposta aos seus desejos, mas também uma mulher que não deseja passar a vida exclusivamente como esposa. Já Ethel é a mulher tradicional, que acomodou-se à sua época e vê em Lucy a oportunidade de transgredir padrões. Essas duas personagens criaram base para as personagens femininas que estavam surgindo na televisão.
Com essa estrutura a série explorou ao longo de seus anos o papel da mulher na sociedade da época, regado a muito humor, especialmente o da comédia física. Lucille Ball, atriz de segunda categoria do cinema, e estrela de rádio, sempre desejou ser comediante. Perseguiu Buster Keaton durante meses, até que o convenceu a lhe dar aulas. Assim, quando surgiu a oportunidade de transferir para a TV sua série radiofônica, "My Favorite Husband", Lucy fez tudo para substituir o ator que interpretava seu marido no rádio, por seu marido na vida real. Esta era uma oportunidade dos dois trabalharem juntos e, assim, salvar seu casamento, que sofria com a separação já que Desi vivia viajando com sua banda, apresentando-se em casas noturnas em diferentes cidades.
Para convencer a CBS a contratar seu marido (o estúdio achava que o povo americano não aceitaria uma americana casada com um cubano mesmo que fosse verdade), ela e Desi montaram um show com esquetes cômicas. Apresentaram-se em casas noturnas conquistando o apoio da crítica. No episódio piloto não exibido na TV na época mas disponibilizado em DVD, podemos ver uma das esquetes apresentadas no show. É quando Lucy participa do show do marido. Aliás este era o grande objetivo da personagem: se colocar em pé de igualdade à Ricky, artista relativamente famoso.
O Box da 1ª temporada da série traz 35 episódios entre eles os clássicos do balé e do comercial de televisão, o qual é praticamente o símbolo da série. Tanto os personagens quanto os episódios ainda são utilizados por roteiristas como base de criação (ou cópia) até os dias de hoje. Se você acha que seus personagens ou situações de sua comédia favorita são originais: assista à "I Love Lucy".
A importância desta série vai além da simples diversão de rever ou conhecer "I Love Lucy". Ela é um patrimônio histórico dos seriados de TV americanos. Se você é fã de séries como "The Nanny" e "The New Adventures of Old Christine", que seguem a mesma linha cômica da produção clássica, irá, com certeza, amar Lucy!
"I Love Lucy"
Estúdio: Paramount
Tempo: 924 min
Cor: p/b
Ano de Lançamento: 2009
Região do DVD: Região 4
Áudio: inglês e português
Legendas: português
Sistema de som: Dolby Digital 2.0
Formato de tela: tela cheia 4x3
Nº de Discos: 7
Embalagem: Embalagem um amaray quádruplo e um amaray triplo impressa em português envolta em luva de papelão
Extras: Cenas que não deram certo, abertura original, montagem especial, Lucy no rádio, slide show, fotos dos bastidores.
Preço de Lançamento: R$129,90
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Comentários
Valeu!
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