Samurai Girl e as Minisséries

Eu não costumo abordar minisséries neste blog, visto que também não fazia isso na revista que publicava. Mas tentarei trazer informações sobre minisséries que estão sendo produzidas e comentários sobre os clássicos deste gênero. Afinal, foram elas, e não as novelas, que influenciaram a produção dos seriados atuais, com narrativas contínuas.

Na Inglaterra e no Canadá, as minisséries tem um valor muito maior que a produção de séries. Nestes países, elas são produzidas desde os anos 50, já nos EUA, elas começaram a ser produzidas nos anos 70. Por curiosidade, elas só começariam a ser produzidas no Brasil nos anos 80.

As minisséries surgiram com a inteção de se narrar histórias com base em obras literárias ou biografias, explorando grandes temas e situações, já que as séries deturpariam a história original para que a produção pudesse ser mantida por, pelo menos, cinco anos. Este é o tempo médio para que uma série seja considerada de sucesso financeiro.

Os telefilmes, que iniciaram como teleteatro, adaptavam obras do teatro e da literatura, mas eram produções restritas inicialmente a uma hora de duração, posteriormente a 1h30. Ou seja, muito da obra literária ficava de fora, provocando descontentamento dos intelectuais, críticos e outros.

Apesar do sucesso que elas faziam na Inglaterra, os executivos da TV americana não acreditavam que o público tivesse interesse no gênero. Mas, querendo explorar novos caminhos e adaptar obras em sua "plenitude" (entre aspas porque não dá para dizer que são fiéis aos livros, afinal, são dois veículos diferentes), começaram a produzir minisséries.

Entre os clássicos deste período inicial, os anos 70, está "Pobre Homem Rico/Rich Man Poor Man", de 1976, , dirigido entre outros por Bill Bixby, o intérprete de David Banner na série "O Incrível Hulk". Também teve "A Saga do Colorado/Centennial", de 1978, que narrava a colonização do Colorado e sua evolução através da história de uma família que atravessou gerações até chegar nos anos 70.

Temos ainda "Família/Family", minissérie em seis episódios de Aaron Spelling, que fez tanto sucesso que virou série de TV. Aliás, várias séries de TV surgiram a partir de uma minissérie, além desta, temos outro exemplo clássico, "V - A Batalha Final", nos anos 80, e mais recentemente, "Battlestar Galactica" e "The Starter Wife".

Talvez a mais famosa e mais importante seja "Raízes/Roots", de 1977, que chegou a ter uma continuação, "Raízes II". Ela narra a saga de Kunta Kintê, um escravo e sua luta pela liberdade a qual atravessa as gerações de sua família chegando aos dias atuais.

O primeiro serial killer de uma série de TV, por assim dizer, surgiu em uma minissérie. Foi Mark Harmon, que estrelou "The Deliberate Stranger" (passou no Brasil, mas não me lembro do nome agora), no qual interpretou Ted Bundy, um assassino em série que existiu na vida real.

Nos últimos anos, "Band of Brothers", "Roma" e "Angels in America", estabeleceram um novo marco no gênero, que continua fazendo sucesso, como foi o caso da biografia de "John Adams". Outra minisérie que já promove expectativas é "Coco Chanel", biografia da estilista que será estrelada por Shirley MacLaine e Audrey Tautou.

A qualidade técnica, de cenários, figurinos, direção e roteiros das minisséries foram responsáveis em trazer para a televisão grandes nomes do cinema que ainda preferem atuar neste gênero à fazer série de TV.

Tudo isto foi apenas uma introdução para situá-los. Agora vamos ao motivo real deste post. A minissérie "Samurai Girl", estréia esta noite na TV americana e será exibida até domingo. Trata-se da história de Heaven Kogo uma jovem de 19 anos que é forçada pelo pai adotivo a se submenter a um casamento arranjado. Mas, quando seu irmão é morto pela máfia japonesa, a Yakuza, Heaven jura vingança e parte para São Francisco, onde encontra Jake ), que irá ajudá-la em sua missão. Estrelada por Jamie Chung, que surgiu na TV "atuando" em um dos primeiros Reality Shows da modernidade, o "The Real World", da MTV, Brendan Fehr, o Dan Cooper de "CSI: Miami", e Anthony Wong, entre outros.

Existe um mangá e um desenho animado com o mesmo título, mas parece que não está relacionado com esta produção, a qual tem como base seis livros da literatura juvenil escrito por Carrie Asai, sob os títulos de "The Book of the Sword", "The Book of Pearl", "The Book of Wind", "The Book of Flame" e "The Book of Heart", todos de 2003. A minisérie condensou os seis livros em três partes com duas horas de duração cada. Assim, será apresentado esta noite o "Book of the Sword", no sábado será a vez do "Book of the Heart" e no domingo, "Book of the Shadow".

Não se trata de uma grande obra literária, portanto não se espera uma grande minisérie. Pela forma como se apresenta, está mais para uma abordagem de série infanto-juvenil de ação e mistério que uma minisérie com a qual pretende se desenvolver um grande tema. Lembrando que a produção foi feita para o canal ABC Family, da Disney, produção para toda a família.

Comentários

MarduK disse…
Muita fraca. Assiti o piloto de 1h30m ontem e quase parei na metade, mas como sou muito corajoso vi até o fim para ver se mudava de idéia. Já to deletando do HD.

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