Little Mosque Ganha Versão Americana


A Fox irá produzir uma versão americana da série canadense "Little Mosque on the Prairie", que trata do choque entre culturas de uma pequena cidade do interior do Canadá em relação à postura e hábitos de uma pequena congregação Islâmica.

A série, criada por Zarga Nawaz, que inspirou-se em suas próprias experiências, tem conquistado a crítica canadense desde que estreou em 2007. O sucesso da série garantiu sua venda para países da Europa, o que chamou a atenção dos americanos. Disputado por vários canais, os direitos de uma versão americana foram ganhos pela Fox que ainda não escalou a equipe de roteiristas que irá cuidar da produção.

A série canadense estreou na mesma época que a americana, "Aliens in America", a qual tratava basicamente do mesmo tema. No entanto, escrita por americanos que desconheciam a cultura islâmica a não ser por livros de história e cultura, a série restringiu-se a caricaturas e não foi muito longe, sendo logo cancelada. "Little Mosque on the Prairie", sátira ao título da série "Os Pioneiros" que no original é "Little House on the Prairie", foi concebida e é escrita por uma descendente árabe que vive no Canadá e tem como base suas próprias experiências e da comunidade islâmica em que vive.

Estrelada por Carlo Rota, Zaib Shaikh, Sitara Hewit, Manoj Sood, Derek McGrath, Neil Crone, Sheila McCarthy e Debra McGrath, entre outros, a série é situada na pequena cidade de Mercy, na região de Saskatchewan. Uma comunidade de mulçumanos, liderados por Yasir Hamoudi (Rota), um construtor, tenta manter seus hábitos, sua cultura e sua religião vivas, apesar das influências externas do mundo ocidental. Casado com Sarah, uma canadense convertida ao islamismo, e vivendo com sua filha, Rayyan, uma médica feminista islâmica, Yasir tenta contentar seus interesses e os interesses das duas mulheres que fazem parte de sua vida.

Eles são guiados por Amaar, um jovem canadense de descendência mulçumana, ex-advogado que saiu de Toronto respondendo ao chamado de Deus. Tornou-se um Imam (uma espécie de Padre) da pequena congregação. Com suas idéias inovadoras, ele enfrenta as crenças ortodoxas de Baber, ex-Imam do grupo, e Fátima, uma nigeriana mulçumana que tem um restaurante. Os dois são muito rigorosos em relação a suas crenças religiosas, embora sejam mais abertos em relação a seus valores culturais.

Sem ter onde reunir-se para exercer sua religião, Yasir aluga o salão da igreja católica local e o transforma em uma Mesquita. A pequena congregação enfrenta as suspeitas de alguns habitantes do local, que temem terem em Mercy uma célula do terrorismo mulçumano. O medo e as desconfianças são incentivados pelo locutor da rádio local, Fred Tupper.

Essa é a premissa da sitcom canadense. Como ela vai ficar quando transformada na versão americana, ninguém sabe. A série é inédita no Brasil, que também está preparando uma versão de uma série canadense. Não é "Little Mosque on the Prairie", mas "Slings & Arrows", dramédia sobre os bastidores de um grupo de teatro que luta para manter a integridade artística de seu trabalho em contraste aos interesses comerciais das empresas que sustentam as montagens teatrais do grupo. A adaptação está a cargo de Fernando Meirelles, via O2 Produções, para ser exibida na Rede Globo no final do ano. Foram produzidos 18 episódios da série canadense os quais serão versados para a realidade brasileira. Esperemos que não a estraguem escalando atores globais para o elenco da série! Veja mais informações desta adaptação aqui.

Comentários

Rubens disse…
A série Aliens In America era ótima no inicio, muito divertida. Mas o que matou a serie nao foram as caricaturas (quem liga pra isso, se é apenas uma comedia? Basta que seja engraçada), e sim que os roteiros começaram a ficar simplesmente piegas e sem a menor graça. De comédia a série começou aos poucos a adotar aquela irritante baboseira politicamente correta, e o que era puro deboche comecou a caminhar para uma linha de "nao safaneie uma cultura que você não entende, o islâmico também tem sentimentos, coitadinho...".

Aí ferrou tudo, a série tornou-se de divertida em insuportável com tanta pieguice a la "Waltons". Eu que adorava no inicio (quando o indiano era logo visto como terrorista pelos americanos e volta e meia tinha policia querendo prende-lo), perdi a paciência em assistir... Detesto comédias que começam a se levar a sério e a se preocupar que podem estar sendo preconceituosas... Isso mata completamente com o humor. O seriado, pra mim, acabou por causa disso. Nem quis assistir mais aos ultimos episodios de tao chato que ficou.
Fernanda Furquim disse…
Pois é, quando uma comédia se baseia unicamente na caricatura dos personagens criados, os textos tendem a ficar repetitivos e piegas, sem criatividade. Visto que os roteiristas não dominavam o assunto sobre o qual falavam, ficou ainda pior.

Na minha opinião um bom texto de série de comédia começa pela idéia, pelo tema que se quer desenvolver ao longo de "infinitos" episódios e, em cima disso, cria-se os personagens que podem ser extremamente caricatos ou não, opção do roteirista.

A partir daí, desenvolve-se os personagens em suas situações. Por se ter uma idéia sólida por trás, sabe-se para onde se deseja ir com eles, o que faz com que o texto seja melhor desenvolvido. O domínio do assunto proposto dará a credibilidade e a conscitência que qualquer roteiro necessita, mesmo sendo comédia que utiliza personagens caricatos.

Resumindo tudo isso, caricatura por caricatura não sustenta uma série, ela fatalmente perderá o ritmo e a qualidade. Aliado à falta do que falar, já que eles não conheciam o tema para desenvolver, eles caíram na armadilha de seguir o caminho que chamamos de "americaninho" de ver a vida e as situações...

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