Golden Globe 2008

Transmitido pelo canal E! no Brasil, o anúncio que revelou os vencedores do prêmio Emmy iniciou por volta da 24h de ontem. Sem uma cerimônia e sem a presença dos atores, a lista dos vencedores foi apresentada por jornalistas e âncoras de programas de variedades. Transmitida pela rede NBC americana, e outros canais, tendo em vista que a emissora abriu mão da exclusividade do "evento", os vecendores do Golden Globe deste ano, na categoria séries de TV, foram programas na sua maior parte de baixa audiência, ou seja, não populares. Totalmente condizente com a política de premiar séries de acordo com a opinião crítica de seus membros e não pela popularidade que o programa alcançou junto ao público, os vencedores deste ano são:

Série Dramática:
“Mad Men” (AMC)

Esta série ainda é inédita no Brasil. Exibida por um canal menor nos EUA, conquistou rapidamente a crítica por narrar o dia-a-dia de um grupo de publicitários em pleno anos 50/60, década em que a mídia televisiva e outros veículos estavam se consolidando. Paralelo ao drama dos negócios, a série apresenta também a relação dos personagens com a situação e o ambiete de trabalho, além dos hábitos e costumes da época. É, também, uma série de elenco sintonizado, no qual não destoa ou destaca-se nenhum personagem/ator, ou seja, não está sendo carregada, ou prejudicada, por um ou dois nomes.

Atriz em Série Dramática:
Glenn Close, “Damages” (FX)

Com previsão de estréia no Brasil para fevereiro no AXN, a série conquistou grande respeito da crítica basicamente em função da presença de Glenn Close no elenco. Independentemente da trama e do desenvolvimento de roteiros que são muito bons, é a participação da atriz que valida a série. Indiscutivelmente uma das melhores atrizes de sua geração, Glenn Close ingressou no mundo das séries de TV com "The Shield", elevando ainda mais o nível e a credibilidade desta produção. Nenhuma surpresa por agora ela estrelar sua própria série, muito menos ter ganho o merecido prêmio de melhor atriz. Será fortíssima concorrente nessa categoria por mais alguns anos.

Ator em Série Dramática:
Jon Hamm, “Mad Men” (AMC)

Apesar de "novato" (iniciou sua carreira televisiva agora no século XXI), Hamm cresceu rapidamente, tendo integrado o elenco de séries como "The Providence", "The Division", "What About Brian" e "The Unit", antes de chegar em "Mad Men". Também fez participações em episódios de várias outras séries. Uma premiação merecida.

Melhor Série Cômica:
“Extras” (HBO)

O humor na TV americana vem se "inglesando" desde a década de 90 com séries como "Seinfeld". Seco, direto, irônico, mordaz, muito parecido com o que se fazia nos anos 70 na TV americana (que também sofreu forte influência dos ingleses). A diferença está na forma como tecem a crítica. Antes mais aberta e até mesmo de forma grosseira, hoje mais sutil, mais polido. Muitos fãs de séries americanas podem não apreciar o estilo do humor inglês e até mesmo não conseguir achar graça, tendo em vista estarmos acostumados ao humor tipicamente americano. Mas não há sombras de dúvidas quanto a escolha da série "Extras" como melhor comédia do ano, uma premiação que reforça a afirmação de que a TV americana está em falta com a comédia desde o início da década.

Atriz em Série Cômica:
Tina Fey, “30 Rock” (NBC)

Tendo se destacado no elenco de "Saturday Night Live", Tina Fey é a responsável por "30 Rock". Seguindo o estilo do já mencionado "Seinfeld" e do humor inglês, a série é um sucesso de crítica mas nada popular entre os americanos que preferem o humor de séries como "Ugly Betty" (nada contra). Tina tem feito um ótimo trabalho na série, chegando ao nível que Candice Bergen e Helen Hunt demarcaram nos anos 90 com as séries "Murphy Brown" e "Mad About You/Louco Por Você".

Ator em Série Cômica:
David Duchovny, “Californication” (Showtime)

Enfrentando fortes concorrentes em sua categoria, Duchovny, que ganhou fama com "Arquivo X", o qual também já lhe deu prêmios, está à vontade em "Californication". Ator de poucos papéis, não há dúvidas de que ele se encontrou com essa série, a despeito de sua excelente interpretação como Fox Mulder. "Californication" está exigindo de Duchovny maior flexibilidade que o rígido Mulder lhe permitiu. Apesar da disputa acirrada, prêmio merecido.

Ator coadjuvante em minisérie, série ou filme para a televisão:
Jeremy Piven, “Entourage” (HBO)

Na TV desde os anos 80, Piven integrou o elenco de séries como "Ellen", "Larry Sanders Show" e "Cupid". Em geral interpretando o mesmo tipo de personagem, Piven amadureceu. Não acompanho "Entourage", muito embora tenha ouvido falar muito bem dela. Mas esta é uma série que ainda não me conquistou. Assisti vários episódios da primeira temporada e, de fato, Jeremy domina a cena com tranqüilidade e propriedade.

Os demais prêmios dessa categoria foram concedidos a atores em miniséries ou telefilmes. De um modo geral, os premiados correspondem com o objetivo do prêmio, no entanto, ainda acho que o Golden Globe pecou em não incluir o ator Sam Neill, intérprete do Cardeal Wolsey na série "The Tudors".

Comentários

Anônimo disse…
Existe humor em Uggly Betty? Então eu tenho muito azar, pois todas as vezes que assisti só vi um dramalhãozinho muito do chatonildo, sem graça alguma...

(mas eu tambem acho 30 Rock extremamente chata... bom humor para mim seria The Big Bang Theory, Two And a Half Men, Aliens In America e ate Pushing Daisies...)

[ ] Rubens

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