Rumo ao Sul: Uma Fábula Urbana
Por Flávia Furquim
Rumo ao Sul/Due South é uma série policial criada por Paul Haggis e produzida pelo Canadá em parceria com os EUA entre 1994 e 1999. Ela conta a história de Benton Fraser (Paul Gross), um Polícia Montada que vai a Chicago na trilha do assassino de seu pai, Robert (Gordon Pinsent), também um Montada, e que, por vários motivos, acaba ficando por lá trabalhando para o Consulado do Canadá e auxiliando o detetive da Polícia Ray Vecchio (David Marciano).
É difícil identificar o gênero de Rumo ao Sul. Em sua base, ela é um drama policial. Mas a série é uma produção da década de 1990, período em que se buscava contar histórias cada vez mais realistas, muitas das quais recheadas de cenas de violência. Nesta mesma década, a linguagem cinematográfica exercia forte influência na programação televisiva, e a emancipação feminina, que nas duas últimas décadas já vinha se manifestando, sobretudo através de casais protagonistas, começa, nos anos de 1990, a se firmar com personagens cada vez mais independentes.
Portanto, neste cenário, fica difícil definir o gênero da série. Podemos, de maneira geral, classificá-la como uma dramédia. Gross e Marciano referem-se a ela como uma fábula urbana. Durante suas quatro temporadas, podemos observar a evolução dos temas e da linguagem narrativa, a transição entre drama e sátira e a intromissão do surrealismo, que inicialmente está apenas na presença do fantasma do pai de Fraser, mas que vai progredindo para se incorporar na estrutura narrativa.
Dief e Fraser |
Durante as duas primeiras temporadas o foco é o drama e elementos de comédia permeiam os diálogos e algumas situações. Referências à cultura popular, tanto na construção dos personagens (nomes de pessoas conhecidas) como nos roteiros pontuam as histórias, mas o que torna o gênero realmente mais flexível é o personagem central, Fraser, e sua relação com os demais.
Fraser é o exemplo do policial clássico de filmes antigos. Ele é totalmente incapaz: incapaz de roubar, mentir ou faltar com o respeito, incapaz de deixar de ajudar alguém em necessidade, incapaz de descumprir ou mesmo burlar a lei. Modelo de virtudes, que não descansa enquanto não cumpre seu dever e que sempre espera o melhor das pessoas, mesmo quando é bastante óbvio que esta expectativa seja totalmente irrealista!
No episódio piloto, Fraser corre riscos impensáveis para prender um bandido que estava praticando pesca proibida com dinamite, matando milhares de peixes ilegalmente. Cena semelhante foi colocada no início da terceira temporada, quando ele quase morre tentando fazer justiça com um indivíduo que estava jogando lixo tóxico próximo a uma cidade – em toneladas!
Sua primeira parceria é com o cão-lobo Diefenbaker, que salvou sua vida quando ainda era filhote. Dief é meio surdo (mas sabe fazer leitura labial) e um tanto temperamental, fugindo de Fraser toda vez que se sente deixado de lado. É com ele que Fraser “dialoga” compartilhando seus pensamentos. Sua amizade com o cão é, portanto, ponto central da história e muitos episódios se desenvolvem a partir disto.
Vecchio e Fraser |
Em Diefenbaker’s Day Off, a ação se divide entre a investigação de Fraser e o “feriado” de Dief, que passeia pela cidade e acaba perseguido pelo funcionário do Centro de Controle de Zoonoses. Em Pizzas and Promises, Dief sai atrás de um carro roubado, obrigando Fraser a segui-lo porque o cão vai manter a perseguição até alcançá-lo ou “morrer tentando”.
Mas se Dief tem “comportamento” humano, Fraser, por sua vez, rastreia bandidos usando “técnicas” animais: ele fareja o caminho, coloca na boca coisas encontradas no chão (para desgosto profundo de Vecchio, que fica enojado cada vez que o vê fazendo isso – em quase todos os episódios) e usa a audição apurada para distinguir sons e reconstituir uma cena de crime (Chinatown, White Men Can’t Jump to Conclusions).
Dief representa seu lado instintivo e tem a função de conectar Fraser com suas origens, no frio desolador do Yukon. É lá que ele desenvolve seus traços “sherloquianos”. Vivendo sozinho num ambiente natural agressivo, a observação minuciosa de cada detalhe ao seu redor é sua garantia de sobrevivência e, assim, ao chegar na cidade, consegue compor o perfil de uma pessoa simplesmente analisando detalhes de vestuário, corpo, pequenos gestos, etc., característica que se mostra muito útil ao longo de toda a série.
Mas o humor fica mais evidente quando visto através de seus parceiros humanos, pois os autores ressaltam e exageram propositalmente as diferenças entre eles. Se Fraser é o policial tradicional, correto e “certinho”, Vecchio é o protótipo do policial moderno: emotivo, irritadiço, malandro, impulsivo e que não se importa em driblar a lei para solucionar um caso além de, naturalmente, não confiar em ninguém, sempre se preparando para o pior em cada pessoa que encontra.
Vecchio e Fraser |
De origem italiana, Vecchio fala o tempo todo (e sempre em voz alta), gesticula muito e usa roupas chamativas enquanto Fraser é um sujeito calado que está quase sempre com o uniforme impecável. A ginga e a postura flexível de Ray contrastam com a rígida postura militar de Fraser. O estereótipo cultural entre as diferentes nacionalidades também é acentuado e usado como efeito cômico: os canadenses são extremamente educados, gentis, atenciosos e tranqüilos enquanto os americanos (da cidade grande) são apressadinhos, geralmente agressivos, individualistas, nervosos e exigentes.
Vecchio cresceu num ambiente urbano com uma grande família e, divorciado, ainda vive com eles. Apesar de ser bastante sociável e ter amigos, sua grande “paixão” é seu carro, um Buick Rivieras verde de 1971. Fraser, por sua vez, cresceu isolado na regiões mais frias do Canadá. Órfão de mãe, quase nunca encontrando o pai, foi criado pelos avós, passando a maior parte do tempo numa biblioteca. Mas nem só de opostos vive esta dupla. Tanto Vecchio quanto Fraser são movidos pelo objetivo de solucionar um caso, embora a atitude do primeiro seja mais despreocupada e menos obssessiva.
Nas duas primeiras temporadas, existe um forte componente emocional com mensagens positivas. Encontramos personagens envolvidos em algum tipo de crime ou sofrendo alguma injustiça que a dupla de policiais vai investigar e solucionar, tais como um trombadinha que é encontrado com a arma usada para um assalto a banco (Free Willie); o pai de uma criança envolvido em um esquema de fraudes (Diefenbaker’s Day Off); vários casos de intoxicação alimentar causados por fraude de frigoríficos (They Eat Horses, Don’t They?) e o seqüestro de um rapaz pela máfia em Chinatown (Chinatown), por exemplo.
Em One Good Man, Fraser repete os passos do personagem de James Stewart em Mr. Smith Goes to Washington e, tentando evitar que os inquilinos de seu prédio sejam desalojados pelo novo dono (que quer construir no local) toma a palavra e se recusa a parar até convencer a Câmara Municipal a negar permissão para a demolição.
Fraser e Vecchio em “North” |
Apesar da aparente inverossimilhança do personagem, que parece ser uma espécie de super-homem, a excelente atuação de Paul Gross o torna bastante verdadeiro. Não há um só momento em que se possa ver um sorriso debochado ou um olhar malicioso, que desmontariam completamente o personagem e a história contada. O tempo todo, o que temos é a candura de um menino e a seriedade de um homem profundamente comprometido com seus princípios morais. Contudo, vários roteiros trouxeram situações que humanizam Fraser, dando oportunidade ao telespectador de enxergar suas dúvidas, seu lado vulnerável e sua luta interna para decidir o que é certo e o que é errado e qual a atitude que ele deveria tomar.
Em North, após a queda de um avião, Vecchio e Fraser estão perdidos na selva perseguindo um assassino. Este seria o momento para o Montada mostrar suas habilidades e tirá-los de lá sem problemas, mas há um agravante: Fraser está temporariamente cego. Ao longo do episódio, observamos sua luta para não perder o auto-controle e para evitar o pânico.
Em The Edge, eles precisam localizar e prender um assassino político que mostra ter habilidades de sobrevivência excepcionais. Parecendo sempre estar à frente de Fraser, este começa a achar que está perdendo “o toque” e tem pesadelos onde se vê julgado por crianças que riem da sua perda de capacidade.
Victoria e Fraser |
Mas é em um dos mais bonitos episódios da série, Victoria’s Secret, que ele se mostra mais desamparado. No passado, havia perseguido uma assaltante de banco, Victoria Metcalf (Melina Kanakaredes), até quase a morte de ambos. Impressionado e dividido, Fraser decidiu cumprir seu dever e a entregou para ser presa. Mas nunca teve certeza de ter agido bem e, ao reencontrá-la, percebe estar apaixonado e tenta consertar seu erro. Este episódio, e sua seqüência, Letting Go, apresentam os momentos mais dramáticos da primeira temporada e desenvolvem com mais profundidade a amizade entre os dois protagonistas.
O humor, no entanto, esteve sempre presente, seja no exagero da caracterização do Montada, seja nos contrastes de personalidades ou no absurdo das situações. No episódio Manhunt, vemos pela primeira vez o velho amigo de Robert Fraser, o Sargento Buck Frobisher (Leslie Nielsen). Ainda que seja basicamente drama e ação, algumas cenas já introduzem o humor histriônico e non-sense pelo qual Nielsen ficou famoso, e que será ampliado em suas próximas aparições em All the Queen’s Horses eCall of the Wild.
Mas é no episódio The Gift of the Wheelman que o surrealismo irrompe de vez, com a presença do fantasma de Fraser Sr., o pai de Benton. É Natal, e Fraser tem se dedicado a ler os diários de seu pai. Uma narrativa em off destas memórias já havia aparecido em episódios anteriores, mas aqui é o próprio espírito que vem para dialogar com o filho.
Robert, Frobisher e Fraser |
A princípio, pode-se imaginar que o fantasma é a consciência de Fraser, surgindo nos momentos em que está confuso e precisando de orientação, ampliando e desenvolvendo a história pessoal de Benton. Este recurso também é usado com Ray, que vê o fantasma de seu pai (David Calderisi) de vez em quando. Posteriormente, quando Frobisher e Robert se encontram e se comunicam em All the Queen’s Horses, fica estabelecido o realismo mágico no enredo, abrindo espaço para novos caminhos narrativos.
Um outro aspecto a ser observado sobre a série é que ela retrata o universo masculino, uma característica da época em que foi produzida, e deixa as mulheres como coadjuvantes e convidadas. Não se trata apenas do pouco espaço dado a elas e sim do fato de que são apresentadas através da ótica dos personagens masculinos, ficando um pouco estereotipadas.
Inicialmente, as duas personagens femininas que se destacam são Elaine Besbriss (Catherine Bruhier) e Francesca Vecchio (Ramona Milano). A primeira é uma funcionária civil que trabalha na Delegacia. Sempre elogiada por Vecchio e Benny, sua participação se restringe a fazer pesquisas no computador e a ser mais uma das eternas apaixonadas pelo gentil canadense. No início da terceira temporada, ela conclui seu curso e entra para a força policial, deixando a série.
Já Francesca, irmã divorciada de Ray, completamente fascinada por Fraser, dedica a maior parte de seu tempo a se arrumar, a procurar um marido e/ou assediar Benton que, não desejando magoá-la, sente dificuldades em estabelecer uma distância “segura”. A partir da terceira temporada, ela assume o cargo deixado por Elaine e sua personagem cresce (e amadurece) um pouco.
Fraser e Francesca |
Na segunda temporada, temos a presença de Margaret Thatcher (Camilla Scott), cujo nome é referência à Primeira-Ministra Britânica. Ela é uma mulher que tem a carreira como prioridade, que se orgulha de seu país e tenta dirigir o consulado com mão de ferro. Veio para Chicago fugindo de assédio sexual, mas acaba tendo que se controlar para não assediar Fraser, apesar de que, ao chegar, ela pareça ter uma opinião negativa dele e o tratar com rigidez.
Vemos aqui um exemplo de uma mulher em posição de autoridade tentando ser respeitada por homens sob seu comando através de um comportamento quase agressivo. A situação tem ecos na Delegacia, quando a Comandante Shelly O’Neill (Shelly Miller) aparece como superior do chefe de Ray, o Tenente Harding Welsh (Beau Starr), deixando-o desconfortável (The Witness).
Outras participações femininas reforçam os estereótipos. Podem ser frívolas e/ou mimadas (Chicago Holiday, An Invitation to Romance), submissas à autoridade familiar (Irene (Carrie-Anne Moss), grande amor de Ray em Juliet is Bleeding) ou ex-esposas insensíveis (Angie Vecchio (Katayoun Amini) e Stella Kowalski (Ane Marie Lodder).
As mulheres fortes ou independentes correspondem à imagem das feministas que se esforçam por provar que podem ocupar espaços masculinos, como a própria Margaret; Janet Morse (Wendy Crewson em Bounty Hunter), uma caçadora de recompensas que arrasta os filhos consigo enquanto persegue bandidos; a Agente Especial Suzanne Chapinou (Susan Gibney), por quem Ray se apaixona em You Must Remember This; ou a Polícia Montada Maggie MacKenzie (Jessica Steen em Hunting Season) que tem as mesmas habilidades e técnicas de rastreio de Fraser.
Margaret e Fraser |
No fim das contas, a série é toda construída com estereótipos, mas uma outra característica do mundo masculino que aparece com freqüência é a dificuldade que os homens têm de falar sobre suas emoções. Em All the Queen’s Horses, os sentimentos surgidos entre Fraser e Margaret causam um certo embaraço em Robert e Frobisher e são narrados de forma cômica. Em Bird in the Hand, Fraser usa o constrangimento que os homens sentem ao compartilhar suas emoções para, literalmente, salvar sua vida.
A terceira e quarta temporadas diferem das duas primeiras por vários motivos: a rede CBS desistiu do projeto, que passou a ter produção exclusiva do Canadá; David Marciano decidiu não renovar o contrato e Paul Gross passou a atuar também como produtor. Fraser ganha então um novo parceiro, Stanley Kowalski (Callum Keith Rennie).
O tom muda um pouco e passa a ser mais cômico e estilizado. Os personagens assumem ares de caricatura, mas sem perder o elo com o drama, que era o fio condutor das duas primeiras temporadas. Novas formas narrativas são exploradas, saindo um pouco da fórmula dos seriados policiais, mas ainda mantendo elementos essenciais, tais como as cenas de ação e perseguições.
O surrealismo já estava presente na figura do fantasma do pai de Fraser, mas agora fica mais evidente, ao ponto de, em um episódio (Doctor Longball), os mesmos atores interpretarem papéis diferentes e nenhum comentário ser feito a respeito das semelhanças físicas. E as mulheres passam a ter mais presença, uma participação mais relevante dentro da série, em sintonia com o crescente fortalecimento da emancipação feminina, em pleno vapor na década de 1990.
A parceria Fraser-Kowalski também trabalha a questão dos opostos. O novo colega é um policial cheio de problemas emocionais. Divorciado, não consegue esquecer a esposa, Stella (os nomes deles fazem referência à peça Um Bonde Chamado Desejo). Para completar, sendo uma advogada, ela volta e meia aparece aparece na Delegacia por estar representando um cliente investigado por eles, tornando difícil separar vida pessoal e profissional.
Kowalski e Fraser |
Stanley é um indivíduo fragilizado e que no momento está ainda mais confuso devido à sua recente separação. Assumindo a identidade de Ray Vecchio, que foi trabalhar infiltrado na Máfia, ele está, na verdade, tentando fugir de seus próprios problemas. Fraser percebe isto e, instintivamente, passa a ter uma atitude mais protetora em relação ao colega, mudando a dinâmica que ele tinha com Vecchio.
Antes, o conflito e o humor surgiam da dupla de desconhecidos que estão aprendendo a trabalhar juntos. Vecchio toma para si o papel de “iniciar” Fraser nos mistérios e perigos da cidade grande enquanto este se esforça para adaptar suas técnicas e conhecimentos da vida selvagem em seu novo ambiente.
Quando Stanley chega, Fraser está totalmente adaptado. Mais ainda, está vivendo no próprio Consulado Canadense e tem a companhia constante de Margaret e de Renfield Turnbull (Dean McDermott), um Polícia Montada ingênuo e quase infantil e que admira Fraser como um superior a quem tem por modelo. Protegido pela imunidade política do local, sente-se em sua pátria e, em alguns episódios (Asylum, Mountie Sings the Blues, Hunting Season), ele oferece proteção ou exerce a autoridade sobre outros policiais.
Com Kowalski, existe uma espécie de irmandade. Fraser freqüentemente ouve os desabafos do colega e oferece um ombro amigo para os seus lamentos. E, sendo uma amizade mais profunda, os desentendimentos são também mais sérios. Em Mountie on the Bounty, chegam ao ponto de decidirem encerrar a parceria.
Paul Gross e Dief |
Com Gross assumindo também o papel de produtor da série, seu personagem dá mais espaço para os coadjuvantes e os conflitos de Stanley, os sonhos de Francesca, as trapalhadas de Turnbull e as tentativas dos detetives Huey (Tony Craig) e Dewey (Tom Melissis) de encontrar uma carreira mais satisfatória ganham mais destaque.
Ainda temos histórias com interesse dramático, mas a produção opta por contá-las de modo mais criativo. Assim, em Seeing is Believing, três testemunhas apresentam três versões muito diferentes de um mesmo assassinato. Em Dead Guy Running, a piada recorrente de um corpo sendo transportado de um lado para outro como se estivesse vivo é convincentemente retratada e em Dead Men Don’t Throw Rice, Fraser vai parar num caixão ao tentar encontrar provas para prender um gângster, provocando uma tremenda comoção entre seus amigos.
Então, seria Rumo ao Sul uma fábula? Bem, ela não tem caráter doutrinador, não passa lições de moral, mas as mensagens positivas e o bom caráter do protagonista, que sempre incentiva as pessoas a serem bons cidadãos e a optarem por mostrar suas melhores qualidades no dia-a-dia podem funcionar como um elemento deste gênero narrativo.
O uniforme impecável de Fraser, que não suja nem mancha mesmo quando ele se atira dentro do lixo, é a metáfora perfeita para seu caráter incorruptível, que permanece intocado mesmo quando circula entre pessoas de moral duvidosa.
A presença marcante de Diefenbaker, um cão, interagindo com humanos como se fosse um deles, também oferece mais uma conexão com esta forma literária, bem como o hábito que tanto Fraser quanto seu pai possuem de contar pequenas histórias: histórias de fantasmas e navios naufragados ou bandidos implacáveis, histórias sobre seu passado ou de pessoas que admiram. Histórias que se desdobram dentro da história, trazendo para a série a tradição da narrativa oral.
E por quê contamos histórias? Elas nos oferecem oportunidades de compartilhar experiências, repassar nosso aprendizado e ampliar nossa própria existência, a partir da vivência de outras existências, reais ou fictícias. E num momento em que as produções se esforçam por serem realistas, explícitas e sem polimentos, Rumo ao Sul oferece um toque de fantasia com histórias envolventes onde os bons exemplos ganham a confiança e a adesão de indivíduos “desencaminhados”, onde o bem triunfa sobre o mal, deixando no telespectador uma sensação, real ou ilusória, não sabemos, mas certamente boa, de que há esperança para a humanidade.
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