Resenha: Jericho - 1ª Temporada - DVD
A 3ª Guerra Mundial? Um acidente? Um ataque inimigo? Habitantes de uma pequena cidade do interior, chamada Jericho, se vêem isolados do resto do país quando uma explosão ocorre e a energia, junto com as comunicações, cessa de repente.
De início parece o episódio “O Monstro da Rua Mapple/Nightmare on Mapple Street” da série “Além da Imaginação/Twilight Zone” que fazia uma crítica à forma como as pessoas atacavam umas às outras em função do medo do comunismo. Agora, após o 11 de setembro, as forças foram concentradas em um inimigo talvez maior, o terrorismo, que não tem rosto, identidade ou nacionalidade.
Os moradores da pequena cidade do Kansas estão separados do resto da civilização em função de uma catástrofe nuclear, cujas proporções são desconhecidas. Precisam se unir, confiar uns nos outros, não permitir que o pânico e acusações destruam as pessoas e a cidade.
A série inicia com a volta do filho pródigo à cidade e ao seio da família após cinco anos afastado. Filho do prefeito Johnston (Gerald McRaney), Jake (Skeet Ulrich) é o condutor da narrativa, que leva o telespectador para dentro da cidade e aos poucos vai introduzindo cada personagem ao público. O episódio piloto tem como objetivo definir a situação, os personagens e o retorno de Jake. Ele reconhece cada rosto, cada local. A exceção de Robert Hawkins (Lennie James), novo em Jericho. Ele se muda para o local pouco antes das bombas nucleares explodirem, tornando-se, assim, um dos suspeitos de estar envolvido com o que parece ser um acidente ou um ataque. Tanto Robert quanto sua família, escondem algo; tentam se passar por pessoas que não são. Mantém escondido no porão equipamentos e um computador que funciona, quando toda energia e os demais meios de comunicação local estão “mortos”. Amigo ou inimigo? Novamente a lembrança da situação apresentada em “Além da Imaginação/Twilight Zone”.
Conforme se desenvolve a trama, algumas respostas vão surgindo. Ao estilo de “Lost” em que personagens isolados em um local se deparam com um mistério que não se resolve sozinho, em “Jericho”, os moradores começam a se perguntar o que aconteceu e o que ainda está para acontecer?
A despeito da proposta, os roteiros têm um desenvolvimento fraco, às vezes inverossímil. O problema é que a base da série não foi bem elaborada e, com isso, seu desenvolvimento fica comprometido. Após alguns episódios, a situação já se perdeu, os clichês começam a surgir e a tomar conta dos roteiros, os personagens paralisam, os discursos moralistas passam a ser uma presença constante. A tentativa de se colocar no lugar daqueles países que sofrem com as Guerras não consegue ultrapassar o orgulho americano de corrigir o mau, de dar lições de moral, de exaltar heróis e a união familiar.
Ao final da temporada, temos então o inevitável para que a trama saia da armadilha em que caiu. Jericho não é a única sobrevivente da explosão nuclear. Newbern, também está na mesma situação mas tem um prefeito, Phil (Timothy Omundsen), que não segue a mesma visão patriótica e humanitária de Johnston. Ele ergue um exército e parte em direção à Jericho, disposto a tomar a cidade à força, a derrubar seus “muros”. Seus moradores não têm outra opção a não ser apelar também para as armas. Lutam pelas terras ainda produtivas, sobrevivência. Dispostos a se sacrificar uns pelos outros e por seus lares, afinal, estão sendo atacados.
Se no episódio de “Além da Imaginação” a história era uma clara referência ao pânico causado pela caça aos comunistas, em “Jericho” temos a relação da situação entre EUA e Iraque. A temporada termina sem que o telespectador saiba o resultado da batalha entre o bem e o mau. E poderia ter sido assim. Sem um resultado, sem que se decidisse o destino de ninguém, já que a CBS decidiu cancelar a série. Os fãs então se uniram e se organizaram para salvar a produção e traze-la de volta em uma segunda temporada. A ação deu certo e sete novos episódios foram produzidos.
(texto também publicado aqui)
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De início parece o episódio “O Monstro da Rua Mapple/Nightmare on Mapple Street” da série “Além da Imaginação/Twilight Zone” que fazia uma crítica à forma como as pessoas atacavam umas às outras em função do medo do comunismo. Agora, após o 11 de setembro, as forças foram concentradas em um inimigo talvez maior, o terrorismo, que não tem rosto, identidade ou nacionalidade.
Os moradores da pequena cidade do Kansas estão separados do resto da civilização em função de uma catástrofe nuclear, cujas proporções são desconhecidas. Precisam se unir, confiar uns nos outros, não permitir que o pânico e acusações destruam as pessoas e a cidade.
A série inicia com a volta do filho pródigo à cidade e ao seio da família após cinco anos afastado. Filho do prefeito Johnston (Gerald McRaney), Jake (Skeet Ulrich) é o condutor da narrativa, que leva o telespectador para dentro da cidade e aos poucos vai introduzindo cada personagem ao público. O episódio piloto tem como objetivo definir a situação, os personagens e o retorno de Jake. Ele reconhece cada rosto, cada local. A exceção de Robert Hawkins (Lennie James), novo em Jericho. Ele se muda para o local pouco antes das bombas nucleares explodirem, tornando-se, assim, um dos suspeitos de estar envolvido com o que parece ser um acidente ou um ataque. Tanto Robert quanto sua família, escondem algo; tentam se passar por pessoas que não são. Mantém escondido no porão equipamentos e um computador que funciona, quando toda energia e os demais meios de comunicação local estão “mortos”. Amigo ou inimigo? Novamente a lembrança da situação apresentada em “Além da Imaginação/Twilight Zone”.
Conforme se desenvolve a trama, algumas respostas vão surgindo. Ao estilo de “Lost” em que personagens isolados em um local se deparam com um mistério que não se resolve sozinho, em “Jericho”, os moradores começam a se perguntar o que aconteceu e o que ainda está para acontecer?
A despeito da proposta, os roteiros têm um desenvolvimento fraco, às vezes inverossímil. O problema é que a base da série não foi bem elaborada e, com isso, seu desenvolvimento fica comprometido. Após alguns episódios, a situação já se perdeu, os clichês começam a surgir e a tomar conta dos roteiros, os personagens paralisam, os discursos moralistas passam a ser uma presença constante. A tentativa de se colocar no lugar daqueles países que sofrem com as Guerras não consegue ultrapassar o orgulho americano de corrigir o mau, de dar lições de moral, de exaltar heróis e a união familiar.
Ao final da temporada, temos então o inevitável para que a trama saia da armadilha em que caiu. Jericho não é a única sobrevivente da explosão nuclear. Newbern, também está na mesma situação mas tem um prefeito, Phil (Timothy Omundsen), que não segue a mesma visão patriótica e humanitária de Johnston. Ele ergue um exército e parte em direção à Jericho, disposto a tomar a cidade à força, a derrubar seus “muros”. Seus moradores não têm outra opção a não ser apelar também para as armas. Lutam pelas terras ainda produtivas, sobrevivência. Dispostos a se sacrificar uns pelos outros e por seus lares, afinal, estão sendo atacados.
Se no episódio de “Além da Imaginação” a história era uma clara referência ao pânico causado pela caça aos comunistas, em “Jericho” temos a relação da situação entre EUA e Iraque. A temporada termina sem que o telespectador saiba o resultado da batalha entre o bem e o mau. E poderia ter sido assim. Sem um resultado, sem que se decidisse o destino de ninguém, já que a CBS decidiu cancelar a série. Os fãs então se uniram e se organizaram para salvar a produção e traze-la de volta em uma segunda temporada. A ação deu certo e sete novos episódios foram produzidos.
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