Golden Globe 2010: Comentários e Videos

Elenco de Mad Men com Matthew Weiner ao centro

Um novo dia, cabeça fresca, já conferi meus e-mails falta olhar meus readers, mas é hora de comentar o evento de ontem à noite e seguir em frente com o blog e com o resto do dia, que ainda não almocei. Para quem não assistiu à entrega dos prêmios Golden Globes ontem à noite a TNT deve, como de costume, repetir no final de semana sua versão legendada.

Comentarei aqui o que achei do evento e dos vencedores, categorias séries de TV. Antes de mais nada, vale a pena avisar que acompanhei o evento em sua versão original. Sempre que a TV a cabo me permite escolher, assisto na versão original visto que os comentaristas que eles arranjam podem entender muito de cinema mas não sabem nada de séries de TV. Então, para não ouvir bobagens, ou spoilers, como da última vez que fui forçada a ver com comentários em português, prefiro acompanhar no original. Se deram mancadas, não estou sabendo.

Elenco de Glee com Shawn Ryan ao centro

A cerimônia de entrega iniciou com o tradicional "tapete vermelho", onde atores são obrigados, muitos por força de contrato, a divulgarem os nomes dos estilistas que os vestem. Abobrinhas aqui, abobrinhas ali, o "tapete vermelho" deste ano foi marcado pela presença da chuva, a qual era sistematicamente mencionada pelos entrevistadores que se viram limitados em suas tarefas. Mas, sinceramente, se não estiver alagando, não é chuva, é chuvisco.

Não acompanhei tudo desta entrada, fiquei fazendo outras coisas mais urgentes, então não vi todo mundo que passou pela câmera, mas do que vi sem dúvida Tina Fey foi a melhor ao sugerir que a chuva era "Deus chorando pela NBC".

É público e notório as dificuldades que o canal vem vivendo nesta década (algo já comentado neste blog), e a cada mês que passa parece que piora a situação da NBC junto ao seu público, crítica e programas. Vendida recentemente, os novos donos ainda não estabeleceram seu perfil, levando o canal a uma fase de transição difícil com a qual está perdendo ainda mais sua credibilidade.

Julianna Margulies

E para piorar, o Golden Globe é justamente um evento que tem exclusividade de transmissão pela NBC, a qual se tornou alvo de críticas durante a cerimônia. Em seu discurso de introdução, Ricky Gervais termina dizendo algo como "e vamos continuar com o evento antes que a NBC me substitua por Jay Leno". Uma piada um tanto óbvia, mas ainda assim válida.

E falando em Ricky Gervais... o comediante inglês provou que se sai melhor no assento do passageiro que no banco do motorista! Sua presença como apresentador em eventos anteriores sugeriam que ele poderia ser a pessoa indicada para assumir o posto de mestre de cerimônias, cargo que está vago há muitos anos (não importa o evento), desde que Billy Cristal deixou de lado sua participação nas cerimônias do Oscar.

Por mais criticado que Cristal possa ter sido, suas músicas e seus clips, nos quais interagia com os personagens de filmes indicados, eram muito melhores do que o que se faz hoje em dia; mesmo para quem o copia. Em minha opinião, os melhores mestres de cerimônia ainda são Bob Hope e Johnny Carson; infelizmente ainda não surgiu ninguém para assumir o posto que eles deixaram vago.

Chloe Sevigny

Gervais provou ser um mestre de cerimônias preguiçoso e pouco criativo, ficando preso entre as obrigações de seu posto e a cobrança de ser ele mesmo e ousar. Resultado: ficou no meio do caminho, apresentando comentários óbvios, repetitivos em relação ao que ele já tinha feito em talk shows ou mesmo nas propagandas de divulgação do evento; prolongado em piadas que deveriam ser mais curtas; e sem a perspicácia de aproveitar todas as deixas que foram dadas ao longo do evento nos discursos de agradecimentos (talvez ele não estivesse presente no recinto nessa hora, o que seria uma falha grave para a função que ocupava).

Ele disse que não se prepararia para o evento e cumpriu com a promessa. Com isso, a expectativa de que seria um grande mestre de cerimônias foi por água abaixo. Se ele tivesse encarado o desafio como se fosse um de seus shows de stand-ups e não como sendo "apenas" uma cerimônia de entrega de um prêmio, ele teria sido mais feliz, e o público poderia sair mais satisfeito...eu pelo menos, já que assisti ao evento só por causa dele!

Toni Collette

E falando em evento...é impressão minha ou a ordem de entrega dos prêmios para séries de TV foi alterada?  Se foi, revela uma manipulação proposital para segurar o público que sintonizou o evento para conferir se "Glee" sairia com algum prêmio. Coqueluche da mídia e do público, a série concorria em quatro prêmios: melhor atriz e ator em comédia, melhor atriz coadjuvante e melhor série cômica. Na minha opinião, só os dois últimos eram válidos, já que os dois primeiros foi forçar a barra para encaixá-los! E foi justamente os dois últimos que, me parece, teve sua ordem de apresentação alterada (me corrijam se eu estiver errada).

Será que eu nunca percebi que Melhor Ator Dramático ou Melhor Série Dramática vem antes de Melhor Atriz Coadjuvante? Que Melhor Série Dramática vem antes que Melhor Série Cômica? Me parece que este ano a ordem foi alterada deixando as categorias de Melhor Atriz Coadjuvante, na qual tinha como forte concorrente a atriz Jane Lynch de "Glee"; e Melhor Série Cômica, que contava com "Glee" na lista, como os dois últimos prêmios da noite na categoria séries de TV.

Quando anunciaram a Melhor Série Dramática antes mesmo do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, já dava para concluir que "Glee" seria a vencedora em sua categoria. Uma pena, já que estamos falando de prêmio dado por críticos, os quais, supostamente, deveriam avaliar o conteúdo e não a popularidade do programa. Tá certo que o Golden Globe costuma ser mais popular que o Emmy; mas "Glee" vencer de textos como "Modern Family" e "30 Rock" em um prêmio dado pela crítica?? Hmmm...

Michael C. Hall

Trata-se de uma série infanto-juvenil que nivela com produções da Nickelodeon ou da Disney, mas é exibida em uma rede nacional em horário nobre. Bem feitinha, lembra o filme "Grease", divertida em função das músicas, mas seus roteiros não derrubam, criticamente falando, a qualidade de "Modern Family" e "30 Rock" (confesso que torcia pela primeira).

Mas espero que o prêmio à "Glee" compense a frustração que a maioria dos fãs que acompanham séries devem estar sentido por ver "Mad Men" ganhando mais uma vez e batendo o recorde do Golden Globe por ganhar três anos seguidos. Contudo, vocês não imaginam a felicidade que sinto em constatar que o conteúdo ainda é mais valorizado que a popularidade! É uma luz no fim do túnel, já que as séries de entretenimento também estão invadindo a TV paga. Se não fosse por produções como "Mad Men" e outras da TV a cabo, eu já teria há muito tempo saido dessa "vida de fã de séries" e não perderia mais meu tempo com esse blog.

Coletiva do elenco de Glee após o prêmio

Para aqueles que criticam minha opinião, peço que me permitam me expressar em meu próprio blog e levem em consideração que já passei da fase de me empolgar por qualquer série aparentemente bem feita. Assisto às séries há 30 anos e já vi muita coisa. Com o passar do tempo o olhar muda, se torna crítico, somado à bagagem de estudos acumulada pelas formações que busquei, não dá mais para sentar e assistir a um prêmio dado pela crítica e desejar que uma série com um desenvolvimento visando o entretenimento mais popular e que geralmente segue fórmulas, tenha conteúdo para derrubar uma produção que desenvolve ao máximo seu potencial proposto.

Deixei de ser fã de títulos e me tornei fã de séries. Hoje, quando vejo as pessoas criticarem séries, o que mais se denuncia é o fã de títulos e não de séries. Se fossem fãs do formato teriam obrigatoriamente que deixar de lado o olhar do fã apaixonado na hora de julgar premiações, e reconhecer as limitações de séries, que embora popularmente apreciadas, trazem falhas muitas vezes sérias para justificarem ganhar prêmios.

Coletiva do elenco de Mad Men após a premiação

E vamos e convenhamos, "Mad Men" está com seus dias de glória contados. Está chegando em seu quarto ano. A média de qualidade de uma série, em geral, é de 5 anos, depois disso se torna repetitiva, cansativa e sujeita a erros mais frequentemente (claro que como toda regra, existem as exceções).

Isso sem falar que neste ano estréiam duas produções que, acredito eu, baterão de frente com "Mad Men", podendo lhe tirar os prêmios Emmy e Golden Globe: "Boardwalk Empire", de Martin Scorsese, e "Treme", de David Simon, autor da consagrada "A Escuta/The Wire". E ainda tem a série de fantasia "The Game of Thrones". Então, me permitam comemorar o provável último prêmio da minha série atual favorita!

Coletiva de Michael C. Hall após o prêmio

E por falar em olhar crítico, chegamos agora aos atores. Em minha opinião, Michael C. Hall deveria ter ganho por "A Sete Palmos/Six Feet Under" e Julianna Margulies por "Plantão Médico/ER". Antes que tirem conclusões, este ano eu não estava torcendo para Jon Hamm, e sim, para Hugh Laurie, de "House", e ainda para Glenn Close, de "Damages".

Os atores que levaram os prêmios receberam merecidamente, mas em minha opinião, pelas séries erradas. Sei que vou colecionar inimizades daqueles que adoram "Dexter", mas por mais que a série tenha fãs gritando sua qualidade aos quatro ventos, é preciso levar em consideração alguns poréns da narrativa que em minha opinião limitam sua qualidade e o trabalho do ator.

Coletiva de John Lithgow após o prêmio

Primeiro, a série é sobre um serial killer que é transformado em herói justiceiro, algo que por si só já elimina a qualidade da proposta. Uma série como "Dexter" que se propõe a contar a história de um serial killer, mesmo que com base em determinados livros, tinha que ter a coragem de assumir este tipo de personagem tal como ele é em sua mentalidade, e não transformá-lo em um herói justiceiro, por quem a sociedade aplaude suas ações. Em função disso, a atuação de Michael se dilue, visto que o potencial do personagem está limitado pela imagem de herói. Se Dexter fosse um personagem amado e odiado pelo que é e pelo que faz, a série estaria dando à Michael o desafio artístico que ele merece.

Outra questão que em minha opinião prejudica a atuação de Michael, é a maldita narração em off. A partir do momento que o personagem conta ao público seus pensamentos e sentimentos, ele está tirando do ator a chance de interpretá-los. Reconheço os esforços de Michael para compor seu personagem, em especial a expressão vazia que ele consegue dar à Dexter e sustentar, mas seu personagem e a série limitam seu potencial artístico já demonstrado em "A Sete Palmos/Six Feet Under", o qual, volto a dizer, deveria ter dado a ele seu prêmio. Então, para mim, foi uma correção de um erro, feita justamente na temporada em que Dexter se transformou definitivamente em um herói ao enfrentar o personagem de John Lithgow.

Coletiva à imprensa com Julianna Margulies após o prêmio

Já este, não havia dúvidas quanto a sua premiação. Imbatível em sua categoria, a qual, infelizmente, mistura drama com comédia. William Hurt era o único que fazia frente a ele, e, mesmo assim, com muito esforço. Desde que se destacou no cinema com "O Mundo Segundo Garp", que Lithgow vem se tornando o favorito em prêmios, embora não tenha ganho todos. Chegou à TV com "3rd Rock From the Sun", com a qual estabeleceu sua superioridade artística.

Voltando a Julianna Margulies, que ganhou por "The Good Wife", é uma atriz muito boa e está fazendo um trabalho muito interessante na série. Mas não para levar prêmio, ao menos não agora. Seu personagem ainda está sendo "semeado"; só quando ele começar a "dar frutos" é que a atriz poderá ser desafiada em seu potencial artístico para ser merecedora de um prêmio por este trabalho. Assim, considero sua premiação outra correção de um erro, visto que Margulies concorreu ao Golden Globe 4 vezes por "Plantão Médico/ER" e mais duas por outros trabalhos e nunca ganhou.

Coletiva de Chloe Sevigny após o prêmio

Temos ainda Chloe Sevigny, que levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante por "Big Love". Estou atrasada com a série, então ainda não vi a última temporada, mas pelo trabalho que vem demonstrando nas temporadas anteriores, é justo e merecido. Embora goste de Jane Lynch, muito antes dela chegar em "Glee", a atriz está concorrendo em uma categoria difícil, já que ela unifica drama com comédia. O drama sempre terá preferência, ao menos, enquanto for representado por fortes candidatas.

Na área da comédia o Golden Globe foi para Alec Baldwin que não compareceu ao evento por isso não tem foto ou video dele. Depois de "30 Rock" o ator vai ter problemas em conseguir outro personagem que caiba tão bem em seu potencial artístico (talvez seja por isso que ele esteja cogitando se aposentar); e ainda Toni Collette, execelente atriz que se destacou com "O Casamento de Muriel" e agora chega à TV com um personagem que deverá colecionar prêmios.

Coletiva de Toni Collette

Independentemente do inquestionável talento da atriz, tanto a Associação quanto a Academia adoram premiar atores que interpretam personagens com múltiplas personalidades. Eles são um desafio à capacidade do protagonista, permitindo que ele ou ela consiga expor seu talento com muito mais opções que um personagem considerado normal.

Bom, é isso, minha opinião está dada. Espero encontrar alguém que compartilhe da minha linha de raciocínio. Senão, c'est la vie. Vou almoçar!

Comentários

Cadu disse…
Li tudinho e gosto muito do seu ponto de vista, tem total razão.

Você acompanha Desperate Housewives? Pergunto isso pois acredito que a Dana Delany (Katherine) tem feito um ótimo trabalho nessa 6a temporada e seu surto nervoso e acho que ela devia ter sido indicada para o Globo de Ouro.

O que você acha? Beijos!
Thomaz Jr disse…
Ótima análise!

Principalmente qto a Dexter e Glee. Ambas são séries popzinhas que vendem uma falsa imagem de "cult". São carregadas de clichês do impoliticamente correto.

Dexter mesmo é quase um "Robin Hood". O último episódio da primeira temporada explica analogamente a fórmula de sucesso da série.

E, assim como Michal C Hall era melhor aproveitado em A 7 Palmos, Jane Linch tbm era em Party Down.
Fernanda Furquim disse…
oi Cadu, obrigada pelo comentário! Não acompanho Desperate Housewives, só vi as duas primeiras temporadas. Sei por alto o que acontece na série, mas não vejo. Conheço o trabalho da Dana pela série China Beach, onde ela fazia um ótimo trabalho, então não duvido que ela esteja se saindo bem em outras produções!

Muito obrigada pelo comentário Thomaz!
Rafa Bauer disse…
Oi Fernanda!
Então, neste ano o Globo de ouro me empolgou pouco.

Eu também estava torcendo por Modern family, mas não achei tão ruim Glee ter ganhado. O texto é inferior a Modern e 30 Rock, sem dúvida, mas analisando no conjunto, a série consegue abordar temas que até há bem pouco tempo não eram discutidos na TV aberta, ainda mais numa série direcionada ao público adolescente. É um daqueles "prêmios-estímulos", do tipo: continue fazendo esse trabalho, levando a diversidade para a casa das pessoas.

Eu gosto muito da Jane Lynch, mas a Chloe mereceu muito ganhar. A atuação dela é impecável e você tem que ver a 3ª temporada de Big love, que é a melhor da série até agora!

Gosto de Dexter, mas um dos principais problemas realmente é a narração em off. No começo era interessante, para se conhecer mais de perto a mente de um psicopata. Hoje, no entanto, é só chato e redundante. De qualquer forma, achei que o Michael C. Hall mereceu ganhar mesmo, não só levando em consideração Six feet under, mas também Dexter.

Eu gosto de Mad men, achei a 3ª temporada excelente, mas eu estava querendo ver algo diferente na premiação de melhor série dramática.

Quanto a John Lightgow, já na primeira cena dele em Dexter eu já cantava aos 4 ventos que ele iria ganhar todos os prêmios de ator coadjuvante em 2010. Não há dúvidas de que o Emmy já é dele.

Por fim, só vi um pequeno pedaço da cerimônia, não deu pra formar uma opinião sobre o Rick Gervais. Mas eu sempre gostei do Billy Cristal, por mais que falem mal dele... hehe

Bjuzzz
Rodrigo disse…
Fernanda, sou fã de Dexter, mas não tem como discordar quando vc diz que tentar transformá-lo em herói é ruim. Realmente perde-se a essência do personagem original dos livros. Também faço cara feia quando tentam imprimir sentimentos nele. Por outro lado, a narração retoma isso. Embora ela tire mesmo um pouco da interpretação do Michael, eu gosto dos pensamentos do Dexter. Tem umas tiradas muito boas e inteligentes.

E agora, por sua causa, vou procurar Mad Men hehe.
Abraços :)
Fernanda Furquim disse…
oi Rafa, pois é, Modern Family não levou, espero que o estímulo não se repita ao longo dos anos, ao menos com a crítica! Assissti a todos os episódios de Glee, e não identifiquei os temas inéditos aos quais você se refere. Quais seriam?

Não vi a 3ª de Big Love ainda, mas Mad Men continua imbatível, desculpe! O desenvolvimento de personagens e situações é belíssimo!

Concordo em tudo sobre John Litghow, excelente ator!!! E quando não tem concorrente a altura é crime não premiá-lo!

Também gostava do Billy Cristal, mas me lembro que a crítica caía em peso em cima dele, nunca concordei, mas era o que acontecia!

Obrigada por seu comentário!!!!
Fernanda Furquim disse…
Oi Rodrigo, pois é, quando ouvi falar da série fui assistir esperando ver um drama que dissecava a mente de um serial killer e acabei encontrando uma série de herói justiceiro... pena.

Não li os livros, soube que são diferentes. Tentarei dar uma olhada!

EEEEEEEE doutrinei alguém!?! Espero que goste da série, procure ver com olhar analítico e coração aberto, vai apreciar muito mais!

Obrigada pelo comentário!!!
Unknown disse…
Excelente post, Fernanda!
Meus comentários:

Dramas

Estou adorando The Good Wife (tem um errinho de digitação na lista dos vencedores, confere lá), gosto da atriz e da personagem, mas Glenn Close, em Damages, ofusca todas as outras candidatas! Felizmente 25 de janeiro está logo aí, para evidenciar este erro da HFCA!

Eu nunca assisti a ER (de verdade!) ou Six Feet Under! Mas não é difícil imaginar atuações brilhantes vindas de Michael C. Hall e Julianna Margullies.

Ironicamente, coube ao Scorcese "explicar" a vitória deles em seu discurso, ao citar Faulkner: "The past is not dead. In fact, it's not even past."

Em Dexter, Com a inesperada morte do último episódio, será possível mostrar o monstro que Dexter realmente é, algo até agora foi apenas sugerido. Estou na torcida.

Em relação à "maldita narração em off", concordo totalmente. É só uma ferramenta para tornar a série acessível ao grande público.
O que é um erro, vide o fascínio que John Lithgow causou este ano com seu misterioso Trinity Killer!

Já imaginou Don Draper com a narração em off?

Comédias

Peço desculpas se isso soar ultrajante a alguém, mas confesso ser incapaz de ver algo excepcional em Alec Baldwin!

Por outro lado, é maravilhoso assistir a "United States of Toni". Logo, nada mais justo do que ver Toni Collette subir ao palco para receber o seu prêmio!

Já não é um bom prêmio faturar uma parcela da audiência monstruosa de American Idol? Glee diverte, mas só pela estória da "falsa gravidez" não mereceria o prêmio! Merecia ser banida da televisão, isso sim (Digo isso mesmo dando boas risadas com a série).

Em relação à Melhor Comédia, estarei sempre preso à condição de Fã Incondicional de The Office (imparcialidade total). Mas adoraria se Modern Family fosse a vitoriosa (é assustador ver uma série como esta perdida na tenebrosa noite de comédias da ABC!)

Falando nisso, foi engraçadíssimo conferir que o sotaque de Sofia Vergara é autêntico! Adorei vê-la lendo o nome dos indicados.

Não posso dizer o mesmo do discurso em inglês claudicante do diretor do filme alemão (que só ganha do discurso do Marcos Schechtman quando Caminho das Índias ganhou o Emmy :D)

Por fim,espero que você esteja errada quanto aos comentários sobre Mad Men hehehe!
Unknown disse…
*HFPA
Marise disse…
Colocando da maneira que você o fez, eu sou obrigada a concordar, Michael C. Hall deveria ter ganho o prêmio por Six Feet Under, desde esta época eu já o achava um ator fantástico, mas ganhou agora, e talvez possamos acreditar que seja pelo conjunto. bjs
Fernanda Furquim disse…
oi Saulo, obrigada pelo comentário! Pois com o final da última temporada, estou na espera para ver o que vão fazer com a série na próxima. Quem sabe, né? O Trinity é um ótimo exemplo de serial killer sem narração dentro da própria proposta da série!

ARGH! Don Draper com voz em off! Destruiría a beleza da construção narrativa que a série conquistou!!!!

Disse em premiações anteriores que o Alec Baldwin é um canastrão e ele interpreta um personagem que é justamente isso, por isso casou tão bem e agora ele terá dificuldades em encontrar outro trabalho que se enquadre a ele. Mesmo se achar outro canastra, será o Jack...

Também espero estar errado com o futuro de Mad Men :) mas será bom ver surgirem outras produções que tenham o mesmo potencial de nível qualitativo que ela. Será uma disputa saudável e emocionante! De qualquer forma, estou confiante de que o Matthew Weiner saberá a hora de encerrar a série.
Fernanda Furquim disse…
oi Mamis, obrigada pelo comentário!
Concordo com você, prefiro pensar que foi pelo conjunto da obra!
Borges Damasceno disse…
Concordo com seus apontamentos. Contudo, não vibro tanto com essas premiações tampouco faço torcida, porque no fim das contas tudo é uma questão de preferencias pessoais. Um adora a série A, outro a série B. Não há como se classificar a arte, nem trabalhar com conceitos ou opiniões dominantes. Todos são humanos e estão dando o máximo de si. Quem é ator sabe disso. Quanto à premiação de Julianna Margulies, naturalmente é arranjada. Há motivos por trás das premiações que devem permanecer ocultos aos espectadores. Abraços.
Fã da TV e Cine disse…
Olá!
Gostei do seu blogue. Faz tempo que procuro blogues que falem assim de séries... do ponto de vista opinativo, como o meu! Também fiz um para falar de séries e, para meu espanto, encontro poucos na net que façam o mesmo! Bem... acho que devem existir porque, se procurar o meu, também não o encontra. Gostei do seu blogue e venho espreitar de vez em quando...

Aqui em Portugal vai estrear essa série Glee. Queria ver! Mas aqui as séries são muito pouco divulgadas (praticamente NADA), ainda mais se passam na TV pública. O horário costuma ser terrível. True Blood, que adorei, está a dar há 1.30 horas da manhã! Ninguém vê, tá claro!

Terrível, a forma como tratam as séries aqui...

Cumrps!

PS: eu vi no canal E a cobertura da passarele vermelha e não achei nada de especial. Lá descobri que o "Bill e a Sookie" juntaram-se na vida real mas foi só isso. E vi o resultado da "GLAM CAMERA", que tirava 68 fotos àos artistas, por todas as camaras. Amanhã vão passar um especial só sobre as vestimentas das estrelas! Não costumo ligar a isso mas sei o que está por detrás de tudo e quero ver!
Unknown disse…
Nunca tinha comentado antes, mas sempre visito o blog, que é ótimo.
Parabéns pelo texto e pelas análises, todas bem feitas, ponderadas e racionais.
Quanto ao Michael C. Hall, confesso que fiquei emocionada, assisti à premiação quase exclusivamente por causa dele pois sou fã apaixonada de Dexter, e paixão como sabido, é sentimento puro. rs..
Ainda assim concordo com suas observações sobre o personagem. Só discordo quanto à narração. Adoro ouvir os pensamentos dele.
Anônimo disse…
Ótima análise, concordo com tudo.

Ainda acho que teremos boas temporadas de Mad Men pela frente... Scorcese é um chato, acho que a sua série não irá além disto, apesar de ter certeza que a crítica achará o contrário.

E, parada dura entre January Jones e Gleen Close, hein? Acho a atuação da primeira muito complexa, matizada.

Ah, e o prêmio de melhor ator é do Carell, assim como a melhor comédia é The Office.
Comecei a ver séries de tevê no início da década de 70, ainda nos tempos românticos. Naquela época, era única coisa que se tinha para ver na tevê. Claro que hoje em dia, depois de tantos anos acompanhando esse mundo mágico, enxergo os programas com outros olhos. Percebi no seu comentário um tom de desabafo. Criticou quem comenta deixando se levar pelo gosto pessoal, quem se apressa para publicar primeiro – mesmo com os neurônios dormindo depois de uma cerimonia chaaaaata como aquela – e acentuou sua vibração por estar vendo, pela terceira vez consecutiva, sua atual série preferida ganhar mais um Globo de Ouro. A tevê, pra mim (e para muitos), é uma indústria de entretenimento. Se começarmos a ignorar por total o gosto popular, a premiação vai ficar restrita aos que entendem muito de tv e aos que pensam que entendem. A premiação vai ficar repetitiva – 30 Rock, Mad Men, 30 Rock, Mad Men – e chata. Por que ignorar o sucesso de Glee?
Respeito o seu ponto de vista, mas acho que tem que existir um meio termo, nem tano ao povo, nem tano aos críticos.


Abraço!
Fernanda Furquim disse…
Obrigada pelos comentários Raquel!!!

Anônimo: concordo, a January está fazendo um belíssimo trabalho, mas ainda fico com a Glenn Close que demonstrou ter feito melhor construção de personagem e sofreu desafios de interpretação que exigiram mais dela. Vamos ver a próxima temporada de MM que deverá dar à January um novo desafio já que sua vida mudou de rumo.

Concordo Ed, nem tanto ao mar, nem tanto à Terra, mas vamos e convenhamos, a TV está desequilibrada nesse sentido, e agora a TV paga também está ficando. Isso sem falar na mídia que está dando mais atenção à matérias de marketing pagas que às matérias de críticos.

Enquanto as pessoas continuarem pensando que a TV é só uma indústria de entretenimento e as séries são só feitas para se diveritrem, nem a TV nem as séries terão oportunidade de explorarem seu potencial artístico. Com o isso o gosto popular continuará sendo nivelado por baixo (olha a TV brasileira como exemplo!)

Me divirto com séries de entretenimento como qualquer pessoa, mas o prazer está em ver um roteiro e personagens serem bem trabalhados e desenvolvidos.

Premiar séries mais populares teria que ser em eventos voltados especificamente para isso.
Unknown disse…
O Globo de Ouro já foi uma premiação mais interessante, neste ano se rendeu muito ao grande marketing

Concordo com seus comentários, principalmente com esta nova moda das séries que tentam criar uma aura "cult", esta tendência ganhou muito fôlego com o crescimento da internet e blogs

Quanto aos prêmios, sempre esperei mais da série Dexter (esperava algo tipo o filme American Psycho), mas não achei a premiação do Michael C. Hall injusta, a categoria estava muito equilibrada em um ano sem grandes destaques, quanto ao velho Lightgow foi bom voltar a vê-lo atuando com vontade, ele vinha no piloto automático ultimamente

A vitória da Julianna Margulies, que foi bem, pareceu um pouco demais. Nunca assisti United States of Tara, não sei se a Toni Collette está bem

Mad Men que sofre por ser uma série muito pouco assistida,(até nos EUA), merece os prêmios que recebe, primeiro pela qualidade da série e depois porque não tem nenhuma concorrente no mesmo nível

Fernanda, não sei se você ou alguém sabe a resposta, mas quais são os critérios para indicar uma atriz como coadjuvante em série?

Sei que em filmes existe uma porcentagem, mas em séries não sei como funciona. Em Damages a Glenn Close e a Rose Byrne tem praticamente o mesmo tempo de tela, mas a Byrne é sempre indicada para coadjuvante. No site do Globo de Ouro não achei nada sobre isto
Rafa Bauer disse…
Fernanda, talvez eu tenha me expressado mal. Glee não trabalha com temas inéditos. Mas ela traz os temas que antes eram deixados em planos secundários para o foco da série. E isso em uma série adolescente. Temos sexualidade na adolescência, homossexualidade, deficiências físicas (cadeirantes) e mentais (síndrome de Down, ainda que en passant). E tudo isso de uma maneira leve, engraçada e até politicamente correta demais. O que é novo não são os temas, mas todo esse pacote e a forma como está sendo apresentado para um grande público, de TV aberta, adolescente. Esse, na minha opinião, é o grande trunfo de Glee. Os roteiros são bobinhos sim. Mas servem para uma diversão leve e até "educa" (mesmo não sendo essa a função de uma série de TV).
Fernanda Furquim disse…
oi Marcelo obrigada pelo comentário!

Cada ator escolhe a categoria e se inscreve. Para ser considerado ator principal ou coadjuvante é necessário ter aparecido em um número mínimo de 7 episódios originais ao longo de um ano de exibição da série.

O que ocorre com a Rose é que ela se coloca como coadjuvnate na hora de se inscrever para concorrer a uma indicação ao prêmio.

Acredito que seja para não competir com a Glenn Close, bem como ampliar a possibilidade da série conseguir conquistar um maior número de prêmio, algo que é contabilizado na hora de renovar contratos.
Fernanda Furquim disse…
oi Rafa, entendi! Mas não creio que isso seja motivo para prêmios desse calibre. Concordo que a série seja simpática, etc.

Mas acho que as pessoas estão usando a simpatia que sentem pela série para justificar e concordar com o fato dela ter ganho o prêmio. Não considero isso um critério de avaliação, seja para premiar, seja para aceitar o fato. Sorry!

Se a série concorresse a prêmios do tipo Nick votaria nela! Mas Golden Globe, Emmy, SAG e TCA, não são prêmios de entretenimento, e sim de conteúdo, ao menos na minha percepção.

Ao baixar o nível de exigência, é como dizer para os produtores: "se fizerem algo assim, já tá bom!" e aí, o nível de produção vai caindo até chegar uma hora que ninguém mais vai levar esses prêmios a sério (se bem que isso já acontece pelo motivo inverso).
Fernanda Furquim disse…
Mencionei o SAG em função de qualidade de interpretação não de produção!
kekedascully disse…
Olá, Fernanda!

Gostei do texto e, como você disse, o blog é seu e, pelo menos nele, tem que ter a liberdade de opinar.

Fiquei supresíssima por Julianna Margulies ter ganho. Torcia fervorosamente por Glen Close, pois para mim, ela nas duas primieras temporadas de "Damages" atua com excelência.
Acompanho "The Good Wife", que ainda nem teve sua primeira temporada, e por várias vezes comentei com minhas amigas sobre o desempenho da Juliana. Mas pensar que ela supera Glen? De forma alguma.

Gosto de Dexter, acho a trama muito bem desenvolvida nas duas primieras temporadas.M.C. Hall faz um trabalho muito bom.Ainda assim, queria que Hugh Larie ganhasse.
Unknown disse…
Obrigado pela resposta Fernanda

Pensei que os atores eram escolhidos, mas o esquema é mais parecido com os prêmios de publicidade, onde você escolhe a categoria em que inscreve o trabalho

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