Blu-Ray, HD-DVD e o Mercado de Download


A Warner Brothers anunciou na última sexta-feira que irá produzir DVDs em Blu-Ray, modelo desenvolvido pela empresa Sony, abandonando assim, o formato HD-DVD, desenvolvido pela Toshiba-NEC-Sanyo.

A despeito de declarar em comunicado à imprensa de que se trata de uma escolha feita a partir de uma exigência dos consumidores, a decisão comercial está relacionada diretamente à queda nas vendas da mídia DVD e no fato de dois outros grandes estúdios americanos, a Disney e a Fox, além da própria Sony que desenvolveu o formato, da MGM e da Lionsgate, optarem pelo uso do Blu-Ray. O formato também conta com o apoio das empresas Sharp, Pioneer, Mitsubishi Electric, Phillips e Samsung, entre outras, que fabricam aparelhos leitores de DVD. Seria, portanto, incoerência escolher o HD-DVD e perder nas vendas de produtos para quem tiver apenas o leitor de Blu-Ray, o qual é incompatível com o HD-DVD.

O formato HD-DVD foi adotado apenas por dois estúdios, a Universal e a Paramount, e conta com o apoio de apenas duas empresas fabricantes de aparelhos, a Microsoft e a Intel. A briga pelo mercado de DVDs parece que está sendo ganha pelo Blu-Ray. Um "deja vú" da época do video k7 quando os formatos Betamax (de melhor qualidade), desenvolvido pela Sony, perdeu para o VHS.

A decisão da Warner veio como uma tentativa de reaquecer o mercado de DVD que vem perdendo força tanto nos Estados Unidos como no Brasil e em outros países. O período de euforia terminou, a compra por impulso diminuiu, o receio de comprar um produto, Blu-Ray ou HD-DVD, que poderia não ter mais validade (como foi o caso do Betamax), fez com que o mercado de DVD americano caísse 3.5% em 2007. O equivalente a 600 milhões de dólares em compraração ao ano de 2006.

Na tentativa de resgatar esse mercado a Sony vem oferecendo acordos financeiros, na casa de 150 milhões, a estúdios como Paramount e Dreamworks, para que optem pelo formato Blu-Ray. A escolha, portanto, nada tem a ver com a "preferência dos consumidores", como foi dito pela Warner em comunicado à imprensa, e, sim, ao fato de que os valores oferecidos pela Sony são melhores que os oferecidos pela Toshiba (na casa dos 120 milhões de dólares), além do fato de que o sistema Blu-Ray tem maior capacidade de memória e melhor proteção contra a pirataria, o que o torna mais caro que o HD-DVD.

Neste meio tempo, os downloads cresceram em relação à venda de DVDs. Podendo ficar armazenado no computador, os filmes baixados pela Internet tornaram-se uma opção do consumidor. E nesse processo entra uma nova problemática: donwload de graça, considerado pirataria, x donwload pago.

Em painel organizado pelo jornal Variety, representantes de grandes estúdios como Fox, Disney, Warner e Sony, reconheceram que o público prefere assistir aos filmes de graça e que, por isso, estão buscando uma forma de conseguir conquistar anunciantes para que possam distribuir seus filmes via Internet. A Sony, por exemplo, decidiu disponibilizar antigas séries com episódios editados em cinco minutos que serão distribuídos através do Google Video e do You Tube, com a presença de anúncios no rodapé do video. Essa é uma experiência para testar uma nova abordagem para o mercado que está surgindo com a Internet e com o qual os estúdios e distribuidoras de Hollywood, em especial, não sabem ainda como lidar.

Comentários

Lindomar disse…
Só uma correção, o correto é blu-ray (sem "e") e não blue-ray.
Parabéns pelo blog. Muito bacana e o assunto é de grande interesse.
Fernanda Furquim disse…
oi Lindomar! Obrigada pela visita e pelo comentário! Realmente existe uma confusão em relação à grafia. Vejo a mídia divulgar nos dois formatos, blue-ray e blu-ray. Mas já corrigi, abraços!
Unknown disse…
Fernanda, o certo é mesmo Blu-ray. Agora, quanto a essa questão dos downloads x alta definição (Blu-ray ou HD-DVD), tirando o aspecto pirataria da discussão acho que sempre haverá mercado para os formatos de alta definição - que serão os preferidos por quem gosta de assistir filmes ou séries com o máximo de qualidade (entenda-se aqui, o mínimo de compressão) possível. Isso, claro, para quem tiver mais grana. Quem tiver menos, vai ter de se contentar com os pixels e o áudio inferior dos arquivos baixados da internet.
Fernanda Furquim disse…
oi Jorge, obrigada por seu comentário! De fato a qualidade do download é inferior ao encontrado em DVD seja qual for o formato, desde que em alta definição. Isso fica mais claro quando se vê em uma TV ou monitor com uma melhor qualidade.

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